THE NEW YORK TIMES - O grupo terrorista Hamas libertou neste domingo, 19, as três primeiras reféns previstas na primeira fase do acordo de cessar-fogo com Israel. São elas Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher. Ao todo, 33 reféns devem ser libertados na primeira fase do acordo.
Cerca de 100 reféns ainda são mantidos em cativeiro em Gaza, a maioria capturada no ataque mortal liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Trinta e três desses reféns serão libertados durante uma fase inicial de seis semanas do cessar-fogo, incluindo soldados mulheres, civis, crianças, homens com mais de 50 anos, além de pessoas doentes e feridas, conforme estipulado no acordo.
O Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, um grupo israelense que representa os familiares das pessoas capturadas, identificou as três primeiras reféns a serem libertadas no domingo. Aqui está o que sabemos sobre elas:
Romi Gonen, 24 anos
Roni Gonen tinha 23 anos quando foi capturada enquanto tentava deixar o festival de música Nova, no sul de Israel, durante o ataque do Hamas. Ela estava falando ao telefone com sua mãe, Meirav Gonen, e disse que havia sido baleada e estava sangrando.
Em fevereiro passado, Meirav Gonen divulgou uma gravação de sua última ligação telefônica com a filha. Ela contou à mídia israelense que Romi é uma pessoa forte e feliz, que costumava frequentar festas rave.
Nas primeiras semanas da guerra, a mãe de Romi Gonen expressou preocupação de que as operações militares israelenses em Gaza pudessem colocar os reféns em perigo.
A irmã mais velha de Romi, Yarden, disse ao The New York Times em fevereiro que costumava ir a uma praça em Tel Aviv, onde famílias de reféns realizavam vigílias.
“Nenhum de nós está fazendo nada remotamente relacionado às nossas vidas anteriores”, afirmou.

Emily Damari, 28 anos
Emily Damari, que tinha 27 anos quando foi capturada, é a única refém com cidadania britânica ainda mantida em cativeiro. Ela foi levada de sua casa no kibutz Kfar Aza, no sul de Israel, e foi vista por um vizinho em seu próprio carro, dirigido por um militante, indo em direção a Gaza.
Criada em Israel, Damari viajava frequentemente ao Reino Unido, segundo sua mãe, Mandy Damari, nascida na Grã-Bretanha. Mandy esteve em Israel em dezembro para falar com autoridades e com a mídia, pedindo um acordo para libertação dos reféns e um cessar-fogo. Ela contou que sua filha havia sido baleada e temia por sua vida, dizendo à BBC que havia acolhido as ameaças do então presidente eleito Donald J. Trump, que afirmou que “o inferno se abriria” se nenhum acordo fosse alcançado antes de sua posse.
Em janeiro passado, Dafna Elyakim, uma refém libertada de Gaza, disse à imprensa israelense que ela e sua irmã mais nova haviam sido levadas para os túneis subterrâneos do Hamas, onde encontraram outras reféns, incluindo Damari.
Na véspera do primeiro aniversário dos ataques de 7 de outubro, Mandy Damari falou em um evento no Hyde Park, em Londres, onde descreveu sua filha como uma fã de futebol que gosta de uma bebida e tem “o clássico senso de humor britânico, com um toque de chutzpah (coragem, em iídiche) israelense”.

Doron Steinbrecher, 31 anos
Daron Steinbrecher, que tinha 30 anos quando foi capturada de sua casa no kibutz Kfar Aza, é enfermeira veterinária e possui cidadanias romena e israelense. Segundo a mídia israelense, ela estava em contato com sua família no kibutz quando os militantes atacaram, dizendo aos pais que haviam quebrado suas janelas e atirado em seu quarto.
“Eles chegaram, estão comigo”, disse ela em uma mensagem de voz enviada a amigos posteriormente.
Em janeiro passado, o Hamas divulgou um vídeo de Doron Steinbrecher com outras duas reféns, Daniella Gilboa e Karina Ariev, no qual pediam para serem libertadas.

Em março, no aniversário de 31 anos de Steinbrecher, o Jewish News Syndicate publicou uma entrevista com sua mãe, Simona Steinbrecher, que disse que sua filha parecia pálida e magra no vídeo. Simona expressou preocupação de que Doron não estivesse recebendo a medicação diária necessária, embora não tenha especificado qual era.
“Ela é uma mulher forte, mas é terrível estar lá”, afirmou Simona Steinbrecher.