TEERÃ - O presidente iraniano, Hassan Rohani, se registrou nesta sexta-feira, 14, para concorrer a um segundo mandato de quatro anos nas eleições presidenciais de maio, informou a TV estatal.
"Mais uma vez, estou aqui pelo Irã, pelo Islã, pela liberdade e por mais estabilidade neste país. Estou exortando todos os iranianos a votarem pelo país e pelo islamismo", disse Rohani.
Em 2013, Rohani venceu as eleições por ampla maioria, com uma campanha focada em acabar com o isolamento diplomático do Irã e criar uma sociedade mais livre. Ele é contestado pelos conservadores linha-dura do país que discordam dos rumos econômicos adotados pelo governo.
O influente clérigo xiita Ebrahim Raisi, responsável por uma poderosa organização encarregada de santuário mais sagrado do Irã, parece ser o principal adversário linha-dura a enfrentar o atual presidente.
Apesar de meses de negociações, porém, este grupo político não conseguiu alcançar consenso sobre uma candidatura única, algo que o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, também não demonstrou interesse em fazer. Na complexa mistura entre governantes clericais e políticos eleitos do Irã, Khamenei tem a palavra final em todos os assuntos do Estado.
Aliado de Khamenei, Raisi também se registrou nesta sexta para concorrer ao cargo. Alguns dos principais líderes conservadores do país, como o presidente do Parlamento, Ali Larijani, já expressaram publicamente seu apoio a Rohani.
Embora Rohani tenha vencido a eleição em 2013 no primeiro turno com mais de 50% dos votos, quando nenhum outro candidato teve mais de 17%, ele pode enfrentar uma campanha mais dura desta vez se os membros da linha-dura unirem forças contra ele.
Muitos iranianos estão impacientes com a lenta taxa de melhoria na economia do país desde o levantamento das sanções depois que o Irã restringiu sua atividade nuclear em razão do acordo assinado com as potências mundiais.
O período de cinco dias para registro das candidaturas para as eleições de 19 de maio começou na terça-feira e será sucedido por um processo de verificação por parte do órgão de fiscalização, o Conselho Guardião.
Mais de 950 pessoas se inscreveram até agora para disputar a votação, incluindo vários ex-ministros linha-dura e o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad. / REUTERS