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Rússia volta a celebrar casamento real mais de 100 anos depois da morte de seu último czar

Bisneto do grande duque Kirill, primo do czar Nicolás II, Gueorgui Romanov se casou com a italiana Rebecca Bettarini nesta sexta-feira, 1º,em São Petersburgo

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Por Redação
Atualização:

SÃO PETERSBUGO - A Rússia celebrou o primeiro casamento real em seu território passados mais de 100 anos do assassinato de seu último czar, Nicolás II, pelos revolucionários bolcheviques, em 1918. O grande duque Gueorgui Romanov, de 40 anos, casou-se com a italiana Rebecca Bettarini, de 39 anos, em cerimônia realizada na catedral de San Isaac, no coração de São Petersburgo, antiga capital imperial, nesta sexta-feira, 1º.

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Nascido em Madri e graduado em Oxford, Gueorgui Romanov é filho da grande duquesa María Romanova, neta do grande duque Kirill. Este último era primo de Nicolás II, o último czar da dinastia Romanov, que reinou mais de 300 anos na Rússia até a revolução de fevereiro de 1917.

O monarca derrubado foi feito prisioneiro pelos bolcheviques e fuzilado um ano depois nos Urais, junto com sua esposa, a imperatriz Alexandra, suas quatro filhas e seu filho.

O grande duqueGueorgui Romanov e sua esposa,Victoria Romanovna Bettarini, beijam-se na saída da catedral de San Isaac, em São Petersburgo. Foto: Olga MALTSEVA / AFP

Enterrados durante muito tempo em um local mantido em segredo pelo poder soviético, seus corpos foram levados em 1998 para a catedral de São Petersburgo. Eles foram canonizados em 2000 pela Igreja ortodoxa russa e reconhecidos oficialmente em 2008 como vítimas do bolchevismo pela Justiça.

O grande duque Gueorgui Romanov se reuniu com sua noiva em Bruxelas, onde ambos trabalham para instituições europeias. Rebecca Bettarini, filha de um diplomata, converteu-se para a religião ortodoxa e foi rebatizada como Victoria Romanovna.

Gueorgui Romanov e Victoria Romanovna seguram velas durante o casamento, primeiro da família real realizada em território russo desde a revolução de 1917. Foto: REUTERS/Anton Vaganov

Segundo os organizadores da cerimônia, 1.500 pessoas foram convidadas, entre elas a rainha Sofia da Espanha, o rei deposto da Bulgária Simeón II e sua esposa Margarita, assim como outros representantes de famílias reais europeias.

Instalado em Moscou há três anos, perto do Kremlin, o grande duque afirma se dedicar a projetos de caridade. Em uma entrevista ao jornal russo Fontanka publicada na quarta-feira, explicou que escolheu se casar em São Petersburgo por "muitas razões". Esta cidade, afirmou, é "a história da Rússia, a história da casa Romanov"./ AFP

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