SEVNICA, ESLOVÊNIA - Bolo Melania. Creme Melania. Vinho Melania. Chinelos Melania. Salame Melania. São poucos os produtos que os empreendedores de Sevnica - uma pequena cidade rural da Eslovênia onde Melania Trump passou alguns anos de sua vida - não tentaram transformar na marca em homenagem à primeira-dama dos EUA.
Algumas restrições impostas por direitos autorais fazem com que a maioria dos itens apenas faça alusão à sua identidade. O vinho se chama “Primeira-Dama”, enquanto os chinelos foram batizados de “Casa Branca”.
Formalidades legais à parte, Melania tem feito bem à imagem de Sevnica, uma cidade com cerca de 5 mil habitantes, localizada a uma hora e meia de carro de Liubliana, capital do país.
O único hotel da região reabriu neste ano. O movimento anual de turistas - impulsionado, é claro, pelos passeios com o tema “Melania” - aumentou cerca de 15%, para 20 mil visitantes, em três anos, desde que o marido dela, Donald Trump, se tornou presidente. “Depois da Melania, as coisas realmente mudaram”, diz Srecko Ocvirk, prefeito da cidade. “Agora temos turistas de todas as partes do mundo.”
Na Kopitarna, uma empresa de sapatos que fabrica os famosos chinelos Melania, os funcionários saúdam a primeira-dama por colocar a Eslovênia no mapa. “Muitas pessoas pensavam que nos chamávamos Eslováquia”, afirma o gerente de exportação Marija Balinc.
Apesar disso, há sinais de que a novidade está perdendo um pouco a graça, mesmo para pessoas como Lidija Ogorevc, uma das guias locais que leva os turistas para passeios por locais ligados à primeira-dama por cerca de US$ 35 por pessoa. Ela não esconde sua indiferença quanto à comoção por Melania. “Realmente não me importo com essas coisas”, diz ela. “Sevnica tem muito mais a oferecer do que apenas esta história.”
Durante o passeio pela cidade, os turistas podem comprar um livro sobre os primeiros anos de vida da mulher de Trump - “Melania Trump: The Slovenian Side of the Story” (Melania Trump: o Lado Esloveno da História) - ou diversos outros produtos relacionados à primeira-dama, incluindo um pacote de pedaços de maçã cobertos de chocolate.
Até 2016, quando Melania ganhou atenção mundial, Sevnica era conhecida como um pequeno polo industrial, lar da Kopitarna, uma das empresas de sapato mais antigas da Eslovênia; Stilles, companhia de móveis que fornece produtos para hotéis internacionais, e Lisca, a maior empresa de lingerie do país.
Melania deixou Sevnica há cerca de 30 anos, primeiro para estudar em Liubliana nos anos 1980, e depois para trabalhar nos EUA. Mas ela não retornou publicamente ao seu país desde que se tornou primeira-dama, e para muitos habitantes, a conexão com ela permanece apenas comercial.
No restaurante Rondo, os visitantes podem provar um “Hambúrguer Presidencial”, no qual o pão é coberto com uma fatia de queijo frito que lembra o peculiar cabelo de Donald Trump. Contudo, nem todos os funcionários compartilham o mesmo sentimento por todos os produtos do tipo. “Acho que na época que ele foi eleito, as pessoas estavam animadas, mas agora está meio que desgastado”, explica Mia Podlesnik, uma jovem garçonete do Rondo. “Casar com alguém… Não acho que isso seja um grande feito.” / NYT