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Todos os republicanos votarão sim e democratas não para juíza Barrett, diz presidente de comissão

Chefe da comissão no Senado que conduz as audiências com a indicada por Trump para a Suprema Corte deixou poucas dúvidas sobre o rumo do processo: 'a audiência é para confirmar a juíza Amy Coney Barrett' e não para considerar a nomeação

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Por Redação
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WASHINGTON - Uma Comissão de Justiça no Senado profundamente dividida deu início nesta segunda-feira, 12, a quatro dias de audiências contenciosas para a confirmação da juíza Amy Coney Barrett, indicada pelo presidente Donald Trump para a Suprema Corte. A batalha é transmitida ao vivo e pode repercutir na campanha eleitoral para as eleições de 3 de novembro.

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O senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul e presidente da comissão, deixou poucas dúvidas sobre o rumo do processo, abrindo "a audiência para confirmar a juíza Amy Coney Barrett para a Suprema Corte", em vez de dizer que se tratava de uma audiência para considerar a nomeação.

“Provavelmente não se trata de persuadir um ao outro, a menos que algo realmente dramático aconteça”, acrescentou Graham pouco tempo depois. “Todos os republicanos votarão sim, todos os democratas votarão não."

Juíza Amy Coney Barrett passa por monitor na Comissão de Justiça do Senado americano Foto: Win McNamee/Pool via AP

Os democratas chegaram prontos para partir para a ofensiva, retratando a nomeação da juíza como uma tomada de poder na temporada de eleições por Trump e pelos republicanos, considerando ainda a audiência uma hipocrisia grosseira após o bloqueio de um ano, em 2016, contra o indicado pelo então presidente Barack Obama para a Suprema Corte, Merrick B. Garland

Democratas caracterizaram a juíza Barrett como um ideóloga conservadora que derrubaria o Affordable Care Act, conhecido como Obamacare, invalidaria os direitos ao aborto e ficaria do lado do presidente em quaisquer disputas legais decorrentes da eleição de 3 de novembro.

“Faltam apenas 22 dias para a eleição, sr. presidente. A votação está em andamento em 40 estados ”, disse a senadora Dianne Feinstein, da Califórnia, a principal democrata do painel. “Os republicanos do Senado estão avançando, a toda velocidade, para consolidar o tribunal que levará suas políticas adiante com, espero, alguma revisão da vontade do povo americano.”

Os republicanos tentaram desviar essas acusações e redirecionar a atenção para o currículo excelente da juíza Barrett e sua história pessoal convincente. Mas o objetivo do partido, de acordo com o New York Times é, acima de tudo, a velocidade - passar pela confirmação antes do dia da eleição. 

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Segundo o jornal, o partido tem os votos para aprová-la e consolidar uma maioria conservadora de 6 a 3 no tribunal antes do fim de outubro. O senador Mike Lee, republicano de Utah, que anunciou que testou positivo para coronavírus em 3 de outubro, estava presente, com máscara, para dar seu apoio.

Graham defendeu o processo, dizendo que não havia nada de “inconstitucional” em confirmar uma nova juíza tão perto da eleição. Para ele, Barrett é uma digna sucessora da juíza Ruth Bader Ginsburg, cuja morte aos 87 anos no mês passado deixou uma vaga no tribunal.

“Em minha opinião, a pessoa que comparece a essa comissão está na categoria de excelente, algo de que o país deveria se orgulhar”, disse Graham.

A audiência desta segunda-feira deve levar a maior parte do dia, já que cada membro da Comissão de Justiça tem 10 minutos para fazer uma declaração de abertura. A juíza Barrett será a última a falar, e espera-se que ela dê uma breve declaração, principalmente biográfica, antes de responder a perguntas no fim da semana./NYT 

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