PUBLICIDADE

Trump acusa a Rússia de ajudar a Coreia do Norte a burlar sanções

Ele também disse que Pyongyang está cada dia mais perto de ser capaz de disparar um míssil de longo alcance contra os EUA

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que a Rússia está ajudando a Coreia do Norte a obter suprimentos, em violação a sanções internacionais, e Pyongyang está “se aproximando a cada dia” de ser capaz de disparar um míssil de longo alcance contra os Estados Unidos.

Há meses, Kim Jong-un e DonaldTrump trocam insultos. Recentemente, o americano se vangloriou de ter um botão nuclear "muito maior" que o do norte-coreano Foto: REUTERS/KCNA

PUBLICIDADE

“A Rússia não está nos ajudando nada com a Coreia do Norte”, disse Trump durante entrevista à Reuters no Salão Oval da Casa Branca. “O que a China está nos ajudando, a Rússia está atrapalhando. Em outras palavras, a Rússia está compensando o que a China está fazendo.”

Com a Coreia do Norte persistindo como maior desafio global para Trump neste ano, o presidente colocou dúvidas na entrevista de 53 minutos sobre se conversações com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, seriam úteis. No passado, ele não descartou a possibilidade de ter conversas diretas com Kim.

+ Falso alerta de míssil balístico causa pânico no Havaí

Ele não quis comentar quando questionado se havia se comunicado de alguma forma com Kim, com quem tem trocado insultos e ameaças, aumentando as tensões na região.

“Eu me sentaria, mas não tenho certeza de que isso vá resolver o problema”, declarou, notando que negociações anteriores mantidas por seus antecessores com os norte-coreanos não conseguiram controlar os programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.

“Eu não tenho certeza de que conversações vão levar a algo significativo. Eles têm negociado por 25 anos e se aproveitado dos nossos presidentes, dos nossos presidentes anteriores”, afirmou.

Publicidade

Trump elogiou a China pelos esforços em restringir o fornecimento de petróleo e carvão para a Coreia do Norte, mas disse que Pequim poderia fazer muito mais para conter Pyongyang.

Ele ressaltou, no entanto, que a Rússia parece estar ocupando o espaço deixado pelos chineses.

Fontes da área de segurança da Europa Ocidental disseram à Reuters em dezembro que navios russos haviam abastecido a Coreia do Norte com combustível em pelo menos três ocasiões em meses recentes, transferindo carregamentos no mar e violando as sanções internacionais. A Rússia nega ter violado as sanções.

A Coreia do Norte depende de combustível importado para manter a sua economia operando. Ela também precisa de petróleo para os programas nuclear e de mísseis balísticos intercontinentais.

PUBLICIDADE

Ainda nesta quarta-feira, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse que a Rússia não está implementando todas as sanções das Nações Unidas contra a Coreia do Norte. Segundo ele, o país está falhando, principalmente, em relação ao combustível, "mas em outras área potenciais também", embora não tenha dado detalhes.

"É evidente para nós que eles não estão implementando todas as sanções e há evidências de que podem estar frustrando algumas delas", disse Tillerson a repórteres durante o voo de volta aos EUA após a cúpula no Canadá.

Trump tem culpado a investigação nos EUA sobre uma possível interferência da Rússia nas eleições de 2016 por dificultar uma melhora das relações americanas com os russos.

Publicidade

“Ele pode fazer muito”, disse Trump sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Mas, infelizmente, nós não temos muito uma relação com a Rússia, e, em alguns casos, é provável que o que a China tira a Rússia dá. Então, o saldo não é tão bom quanto poderia ser.”

Trump, que lida com testes nucleares e de mísseis norte-coreanos desde que assumiu o poder há um ano, afirmou que Pyongyang avança de forma firme para ser capaz de lançar um míssil contra os EUA. “Eles ainda não chegaram lá, mas estão perto. E eles se aproximam a cada dia”, disse Trump.

O presidente não disse se considera um ataque limitado para mostrar à Coreia do Norte a seriedade dos EUA com o tema. “Nós estamos jogando um jogo muito, muito duro de pôquer, e você não quer revelar a sua mão”, afirmou ele.  / REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.