PEQUIM - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, driblou o “Grande Firewall” da China e publicou um tuíte no fim da noite em Pequim no qual agradeceu por uma visita à Cidade Proibida e por um jantar particular no vasto complexo palaciano de séculos de existência.
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Muitas plataformas de redes sociais ocidentais, como Twitter e Facebook, são proibidas na China. Um sistema sofisticado foi construído para negar a usuários conectados no país o acesso ao conteúdo publicado nestes sites.
Isso não foi problema para Trump, conhecido por tuitar para seus 42,3 milhões de seguidores a qualquer hora do dia, na quarta-feira, dia em que chegou à capital chinesa.
“Em nome da @FLOTUS (primeira-dama dos Estados Unidos, na sigla em inglês) Melania e eu, OBRIGADO por uma tarde e noite inesquecíveis na Cidade Proibida de Pequim, presidente Xi e senhora Peng Liyuan. Estamos ansiosos para reencontrá-los amanhã (hoje) de manhã!”.
Trump até mudou sua foto no Twitter, colocando uma imagem de si mesmo e de sua mulher com o líder chinês, Xi Jinping, e sua mulher, Peng Liyuan, durante uma apresentação de ópera na Cidade Proibida.
O gesto não passou despercebido pela mídia estatal chinesa - a emissora oficial CCTV exibiu imagens da foto durante esta quinta-feira.
A visita de Trump também foi um dos assuntos mais comentado na rede social chinesa Weibo nas últimas 24 horas, só ficando atrás do aniversário do cantor de uma boy band do país e de uma parada asiática semanal de canções pop.
Muitas pessoas se perguntavam como o americano conseguiu escapar dos controles de internet rígidos da China. “Acho que ele deve ter feito isso via wifi em uma rede de satélite”, disse um usuário do Weibo.
Muitos estrangeiros se conectam a redes virtuais privadas (VPNs) para acessar conteúdos hospedados fora da China. Outra opção é assinar um serviço de roaming de dados antes de sair do país de origem.
“O presidente tuitará o que quiser. Esta é sua forma de se comunicar diretamente com o povo americano. Por que não?”, disse uma autoridade da Casa Branca antes da chegada de Trump a Pequim na quarta-feira.
Quando indagada se a China considera o uso que Trump faz do Twitter uma violação da lei chinesa, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hua Chunying, respondeu que existem muitos meios de comunicação com o “mundo exterior”.
Em seu tuíte, Trump acrescentou um link para uma foto de sua visita a Pequim no Instagram - outro site que também é proibido na China. / REUTERS e AFP
