WASHINGTON - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cogita autorizar os soldados posicionados na fronteira com o México a realizar exames médicos em imigrantes, disseram autoridades dos EUA à agência Reuters.
A proposta, que ainda é um esboço e circula dentro do governo, envolveria os militares em exames de doenças e ferimentos somente se os funcionários da Agência de Alfândega e Proteção de Fronteira (CBP, em inglês) estiverem sobrecarregados e incapazes de fazê-lo por conta própria, disseram as autoridades.

O plano ampliaria a missão do Pentágono, que já disse que não prevê que suas forças interajam diretamente com os imigrantes. O Pentágono não quis comentar deliberações internas, dizendo em um comunicado que a atual operação custaria cerca de US$ 72 milhões até 15 de dezembro.
As funções dos militares na divisa, que incluem instalar barreiras de arames e construir abrigos temporários, têm como meta apoiar os funcionários da CBP. As autoridades americanas que conversaram com a Reuters sobre a proposta o fizeram sob condição de anonimato, uma vez que Trump ainda não deu aval à ideia.
Caravana de migrantes da América Central avança rumo aos EUA


Não ficou claro se a proposta, caso seja confirmada nos próximos dias, pode prolongar a mobilização de ao menos parte das tropas na fronteira.
Na semana passada o comandante da missão disse à Reuters que o número de soldados pode ter atingido um pico de cerca de 5.800, e que em breve analisará se começa a enviar alguns para casa ou reposiciona alguns em novos locais na divisa.
Caravana de migrantes se divide no México entre críticas
A caravana de migrantes que partiu de Honduras há mais de um mês para os Estados Unidos se encontra dividida no seu caminho pelo noroeste do México, enquanto enfrenta a rejeição de alguns moradores na fronteira com Tijuana.
Trump, que conquistou a presidência em 2016 após uma campanha em que prometeu reprimir a imigração ilegal, voltou sua atenção a caravanas de imigrantes que rumam para a fronteira dos EUA, comparando-as a uma “invasão”. Críticos repudiaram esta posição, vendo-a como uma manobra que politiza os militares.
Cerca de seis mil centro-americanos chegaram às cidades fronteiriças mexicanas de Tijuana e Mexicali, segundo autoridades locais, e mais grupos de imigrantes estão seguindo para Tijuana, onde cerca de 10 mil são esperados.
Reforço no muro
Operários reforçam o muro na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Mais de 1500 migrantes de uma caravana estão na cidade mexicana de Tijuana. Eles querem cruzar a fronteira e pedir asilo em solo americano.
Ali e em outros pontos de acesso, agentes da CBP são treinados para examinar imigrantes e viajantes em busca de sinais óbvios de problemas infecciosos, como febre, sangramento nos olhos ou outros sintomas de “doenças transmissíveis e que exigem quarentena”, de acordo com um relatório de 2015 do Serviço de Pesquisa do Congresso. / REUTERS