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Viagem de Meghan para funeral de rainha Elizabeth II é dissecada em tabloides e redes sociais

As ações da duquesa de Sussex e seu marido, o príncipe Harry, nos breves momentos em público após a morte da rainha Elizabeth II foram objeto de comentários e comparações mordazes

Por Sarah Lyall
Atualização:

LONDRES - Tudo o que Meghan Markle fez foi vestir uma roupa escura, pôr no rosto uma expressão de simpatia e andar em público com três outras pessoas por 45 minutos. Mas a análise desse breve evento — um passeio surpresa fora do Castelo de Windsor no último sábado, 17, com seu marido, o príncipe Harry, e o príncipe William e sua mulher, Kate — não parou desde então.

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O incidente, para aqueles que seguem esta saga em particular, representou uma breve interrupção, ou talvez tenha pressagiado um eventual degelo, da frieza e hostilidade que se desenvolveram entre o príncipe e a princesa de Gales (William e Kate) e o duque e a duquesa de Sussex (Harry e Meghan) nos últimos anos.

Empurrados pelo luto compartilhado após a morte da avó de Harry e William, a rainha Elizabeth II, os quatro se reuniram pela primeira vez em mais de um ano para expressar sua gratidão às multidões, admirar os buquês de flores deixados para a monarca e demonstrar que eram capazes de coexistir no mesmo espaço.

O rei Charles III, Camilla, a rainha consorte, o príncipe Harry e Meghan, a duquesa de Sussex, observam o caixão da rainha Elizabeth II ser colocado no carro funerário após o serviço fúnebre de estado na Abadia de Westminster Foto: Martin Meissner/AP

Contudo, desde o momento em que Meghan apareceu em público, e nos dias que se seguiram, observadores nos jornais e nas redes sociais analisaram o vídeo do evento repetidamente, transformando-se em leitores de lábios, analistas de linguagem, críticos de moda e especialistas em protocolos.

Como o vestido de Meghan (preto e na altura da panturrilha, com uma saia rodada) se compara ao vestido de Kate (preto e na altura da panturrilha, com uma saia justa)? Kate esnobou Meghan? Era verdade, como alguém afirmou no TikTok, que Meghan tentou avançar à frente dos outros na área das flores, apenas para que Harry a lembrasse do protocolo real, “sutilmente segurando a mão dela para permitir que William e Kate chegassem às flores primeiro”?

Meghan, duquesa de Sussex, Camilla, rainha-consorte, Príncipe George de Gales e Kate, princesa de Gales olham para o caixão da Rainha Elizabeth II Foto: Oli Scarf/AFP

Uma conversa parecida surgiu na quarta-feira, depois que os dois casais, juntamente com outros membros da família real, deixaram o serviço no Westminster Hall após a chegada do caixão da rainha. Harry e Meghan saíram de mãos dadas, ao contrário da maioria dos outros casais reais. Seguiu-se um debate: eles estavam se comportando desrespeitosamente ou era tudo bem ficar de mãos dadas com o cônjuge enquanto saía de uma ocasião solene?

Descobriu-se, também, que outro casal — a filha da princesa Anne, Zara, e seu marido, Mike Tindall — deu as mãos na saída, o que acrescentou um elemento de confusão à questão. Como os fãs de Meghan apontam há muito tempo, ela é frequentemente atacada pelos tabloides e nas mídias sociais por fazer exatamente as mesmas coisas pelas quais outros membros da realeza, particularmente Kate, são elogiados.

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Nos Estados Unidos, para onde se mudaram depois de se afastarem dos deveres reais em 2020, no chamado “Megxit”, Meghan e Harry têm trabalhado diligentemente para criar seus dois filhos e se reposicionar como celebridades e influenciadores — ou seja, realeza ao estilo americano — com um grande acordo com a Netflix e vários empreendimentos de caridade e negócios.

A partir da esquerda, Kate, a princesa de Gales, o príncipe William, de Gales, o príncipe Harry e Meghan, a duquesa de Sussex caminham para se encontrar com o público no Castelo de Windsor em 10 de setembro Foto: Kirsty O'Connor/Pool via AP

Eles estão colaborando em um livro de memórias que, segundo eles, será um relato sincero de quem são e como se sentem, com muitos detalhes sobre seu desentendimento com a família real e sua partida desconfortável do Reino Unido.

Então a rainha morreu e Harry viajou sozinho para Balmoral, na Escócia. Alguns relatos diziam, sem atribuição verificável, que ele havia recebido ordens para deixar Meghan para trás para não incomodar o resto da família.

Infelizmente, nunca saberemos a verdade por trás disso. Nunca saberemos, por exemplo, se a possível reaproximação aconteceu porque o rei Charles IIIordenou a seus filhos que deixassem de lado sua disputa”, como o Daily Mail noticiou no sábado — ou porque o príncipe William enviou por conta própria um “texto bombástico” a seu irmão, expondo uma proposta de apresentação conjunta, como o mesmo jornal (contradizendo-se) noticiou no domingo.

O príncipe William, Kate, princesa de Gales, o príncipe Harry, e sua esposa Meghan, a duquesa de Sussex, prestam homenagem à rainha Elizabeth II enquanto o caixão repousa no Westminster Hall Foto: Christopher Furlong/Pool via AP

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O tabloide Mirror seguiu o que parecia ser uma linha anti-Meghan ao relatar que alguns dos enlutados na multidão se recusaram a apertar sua mão e, em um caso, puseram ostensivamente um par de óculos escuros em resposta à sua chegada. De acordo com a análise do jornal de um vídeo do incidente, outra mulher se virou e, em seguida, “lançou um olhar de desprezo à duquesa de Sussex, antes de rir”.

Enquanto isso, o comentarista Piers Morgan, um observador obsessivamente implacável de Meghan, veio com com suas habituais opiniões polêmicas.

“Não se deixe enganar pelas cenas de supostas brigas entre William e seu irmão no fim de semana”, escreveu ele no The New York Post e no site da Fox News, em um artigo intitulado “Harry, se você realmente quer honrar seu pai, controle sua mulher que trai a realeza”, ao que um leitor respondeu no Twitter: “‘Controle sua esposa’…?! O que é isso, a Idade Média?”

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