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Conselheira do Pacto Global da ONU e lidera a operação de Corporate Venture Builder da Fisher Venture Builder. Escreve mensalmente às terças

Opinião|Como se preparar para o futuro do trabalho

Vivemos um momento de novidade tecnológica mas poucos profissionais enxergam as mudanças

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Foto do author Amanda Graciano

Durante a edição deste ano do South by Southwest (SXSW), evento que acontece em Austin há pelo menos 3 décadas, especialistas de várias áreas apresentaram tendências e possíveis cenários que podem afetar significativamente a forma como trabalhamos.

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A tecnologia é uma das principais impulsionadoras das mudanças no mercado de trabalho. O uso massivo da inteligência artificial (IA), um dos temas mais comentados durante o evento, irá provocar uma redução significativa de empregos. O estudo “The Future of Work”, publicado pela Mckinsey, aponta que 1 em cada 16 trabalhadores devem mudar de ocupação até 2030, reforçando que cerca de 100 milhões de pessoas irão se reinventar em um curto período de tempo.

Na conversa entre a editora-sênior da Fortune, Ellen McGirt, e o CEO da Indeed, Chris Hyams, vários pontos foram destacados. Entre eles estão os novos paradigmas que são criados quando a IA vira ferramenta de trabalho e como cuidaremos e protegeremos os diversos dados coletados.

Ao mesmo tempo, vivemos um momento de ondas de demissões em massa, crise econômica e recessão em todo o mundo. Chris Hyams, pontuou que, além disso, temos um fenômeno de diversas pessoas pedindo demissão em busca de uma ocupação que possa conciliar vida pessoal e profissional.

Amy Webb durante o lançamento do seu relatório “Tech Trends Report 2023″, que conta com 666 tendências, destacou que vivemos um momento radical de mudanças. Segundo a futurista, estamos próximos a viver o cenário de AISMOSIS (IA + osmose, em inglês), um momento em que todas as IAs irão interagir com todos os dados disponíveis. “Quando chegarmos a este ponto, a internet como conhecemos acabará. E essa evolução está sendo invisível”, diz.

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Assim como a Amy Webb, Greg Brockman, cofundador da OpenAI, criadora do ChatGPT, aponta que o uso da inteligência artificial pode ser um aliado no desenvolvimento de habilidades, (reskilling e upskilling) dos colaboradores. As empresas e pessoas que investirem nesse tipo de uso podem se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

É inegável que vivemos um momento de novidade tecnológica. Contudo, poucos profissionais entendem as mudanças do mercado de trabalho e os reais impactos da IA. Acredito que depois de ouvir tudo por lá, volto com a percepção de que alguns possuem “privilégio tecnológico” – e ainda não demos a devida importância para esse tema.

Opinião por Amanda Graciano

Conselheira do Pacto Global da ONU e Managing Partner no Experience Club

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