Anunciantes do Facebook nos Estados Unidos estão proibidos de escolher que suas propagandas não cheguem a determinados usuários com base na religião ou orientação sexual deles. A determinação faz parte de um contrato judicial assinado pela empresa e o estado de Washington anunciado na última terça-feira, 24.
No acordo, o procurador-geral de Washington, Bob Ferguson exige que o Facebook faça as alterações em sua plataforma de anúncios dentro de 90 dias por considerar que a rede social descumpre duas leis.
"A plataforma de publicidade do Facebook permitiu a discriminação ilegal com base em raça, orientação sexual, deficiência e religião. Isso é ilegal e injusto", justificou Ferguson.
O documento é o ponto final de uma investigação de 20 meses feita pelo procurador que avaliava se a rede social violava a Lei de Proteção ao Consumidor de Washington e a Lei contra Discriminação.
As investigações começaram depois que um artigo publicado pela organização sem fins lucrativos ProPublica mostrou como funcionava a ferramenta de segmentação de anúncios do Facebook.
Irregular. No artigo, a ProPublica mostrava como era fácil excluir em anúncios certas etnias, idiomas, praticantes de determinadas religiões, entre outros, apesar dessa limitação ser uma violação de leis federais americanas.
Inicialmente, o Facebook evitou falar de irregularidades alegando que sua plataforma não categoriza os usuários por essas características, mas permite que os usuários se identifiquem com "afinidades". Apesar disso, a empresa se comprometeu a policiar sua plataforma de anúncios de forma mais proativa e usar uma mistura de software automatizado e moderação humana para eliminar a publicidade discriminatória.
Um ano depois, uma segunda investigação da ProPublica constatou que o Facebook pouco fizera para limpar ativamente sua plataforma de anúncios ou aplicar suas novas regras de segmentação.
Em resposta, a empresa disse que removeu milhares de categorias relacionadas a atributos pessoais “potencialmente sensíveis” como etnia, orientação sexual e religião até então usadas nas ferramentas de segmentação de publicidade.
"Publicidade discriminatória não tem lugar na nossa plataforma, e vamos continuar a melhorar nossos produtos de anúncios", disse Will Castleberry, vice-presidente de política local e estadual do Facebook.