Presidente do SoftBank, Masayoshi Son diz seguir instintos para investir

Masayoshi Son participou de conversa com Jack Ma, fundador do Alibaba nesta sexta-feira, 6, na Universidade de Tóquio

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Por Agências
Atualização:
Masayoshi Son, presidente executivo do SoftBank, e Jack Ma, cofundador doAlibaba Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Semanas após fazer um resgate de US$ 10 bilhões na WeWork, o fundador e presidente executivo do SoftBank, Masayoshi Son, reiterou sua crença em um estilo de investimento guiado por instintos, em um debate com o cofundador do Alibaba, Jack Ma. Os dois são velhos conhecidos: o SoftBank possui 26% do Alibaba, graças a um investimento de US$ 20 milhões feito em 2000. Hoje, a participação vale mais do que o valor de mercado total da japonesa. 

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Nesta sexta-feira, Son disse que a decisão de investir no Alibaba foi motivada pelos seus instintos. Outros empresários que Son conheceu na época “não acreditavam verdadeiramente em seus corações. Eu posso sentir”, disse Son. “Nós somos o mesmo animal. Nós dois somos um pouco loucos”, disse ele sobre Ma, seu aliado de longa data.

Ma disse que Son inicialmente tentou investir US$ 50 milhões na empresa de comércio eletrônico, mas ele recusou dizendo que era uma quantia muito grande. Oferecer grandes cheques é um padrão do SoftBank, ainda que isto nem sempre funcione bem, como visto no caso do WeWork. 

Os comentários de Son vieram semanas depois que ele foi forçado a fazer um resgate da WeWork, de escritórios compartilhados, quando o nível do controle do fundador Adam Neumann sobre a empresa esfriou o apetite dos investidores e interrompeu os planos para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). No terceiro trimestre de 2019, a empresa teve um prejuízo de US$ 6,5 bilhões, causado pelo socorro ao WeWork. Outro ponto fraco da empresa é o mau desempenho do Uber, do qual também é acionista. 

A conversa na Universidade de Tóquio entre dois dos mais proeminentes investidores do setor de tecnologia da Ásia acontece em um ponto de divergência em suas carreiras, com Ma, de 55 anos, se aposentando como presidente-executivo da Alibaba em setembro e Son se comprometendo a passar sua sexta década à frente da gigante dos investimentos.

No mercado japonês, o SoftBank espera impulsionar a comercialização do emergente campo de inteligência artificial (IA) e anunciou nesta sexta-feira que gastará US$ 184 milhões financiando um instituto de pesquisa de IA na Universidade de Tóquio pelos próximos dez anos. 

Com o SoftBank altamente alavancado e tentando arrecadar fundos para um segundo fundo no qual atualmente é o único investidor, sua participação no Alibaba é uma possível fonte de recursos. “Na minha opinião, ainda não consegui nada”, disse Son. “Eu ainda sou um desafiante e ainda estou lutando todos os dias."

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