Uber tem alta de motoristas após pandemia mas prejuízos passam dos US$ 5,9 bi

Empresa adiantou balanço para a manhã desta quarta-feira após ver ações de rivais caírem com resultados ainda afetados pela pandemia

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Por Redação Link
Atualização:
Uber revelou balanço financeiro nesta quarta Foto: Brendan McDermid/Reuters

O Uber ainda não conseguiu chegar ao patamar almejado desde a sua fundação: a geração de lucro. Em relatório financeiro divulgado nesta quarta-feira, 4, a empresa registrou uma alta de 136% na receita em relação ao mesmo período do ano passado, mas o prejuízo do app de transporte ficou em US$ 5,9 bilhões. Após o balanço, as ações do Uber chegaram a cair 12% na Bolsa. 

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No geral, o Uber superou as expectativas de receitas no primeiro trimestre de 2022: foram US$ 6,9 bilhões contra US$ 6,13 bilhões aguardados por Wall Street. A gigante do transporte coletivo antecipou seus resultados para a manhã desta quarta-feira depois que as ações da Lyft caíram 26% no dia anterior, quando seus lucros operacionais projetados ficaram aquém das expectativas, arrastando para baixo, também, as ações do Uber.

Após o relatório financeiro da Lyft, as ações do Uber caíram cerca de 11%, antes mesmo de ser divulgado qualquer balanço da empresa. Com investidores assustados por conta da queda em todo o setor, as empresas de aplicativo de transporte estão com papeis negociados em baixa. A Didi, dona da 99 no Brasil, teve queda de 4% nos papéis. 

Em resposta, o Uber afirmou que não precisa aumentar ainda mais os incentivos para atrair mais motoristas e prevê um segundo trimestre forte, um dia depois que a rival Lyft disse que precisa gastar mais com mão de obra nos próximos meses. 

Em relação ao mesmo período do ano passado, a perda do Uber no primeiro trimestre passou de US$ 108 milhões para para US$ 5,9 bilhões. O diretor financeiro da Uber, Nelson Chai, disse em comunicado que a companhia tinha liquidez para acalmar as posições deficitárias e esperar um momento melhor para vendê-las.

Serviços

A empresa também relatou uma queda no número de usuários ativos mensais nos primeiros três meses do ano, em relação ao trimestre anterior, mas afirmou que a base de motoristas está mais alta e “mais engajada no Uber do que em outras plataformas”. Em relação ao delivery, as receitas ficaram abaixo do registrado pelo app de caronas pela primeira vez desde o começo da pandemia.

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O Uber ainda informou que o grande movimento de retorno dos motoristas à plataforma não foi para o serviços de entregas — nesse setor, muitos clientes ainda estão pedindo diretamente dos restaurantes, deixando o Uber Eats em baixa. Foi a maior alta de motoristas na plataforma desde 2019.

A analista da Hargreaves Lansdown, Susannah Streeter, disse que o Uber foi capaz de reter e atrair motoristas, oferecendo oportunidades de ganhos não apenas em passeios, mas também na entrega de alimentos durante a pandemia.

"Houve algum alívio entre os investidores que, por enquanto, o Uber não está na mesma posição vulnerável de ter que oferecer incentivos altos para atrair os motoristas de volta", disse Streeter.

O analista da MKM Partners, Rohit Kulkarni, disse que os negócios globais e mais diversificados da Uber também lhe dão melhor proteção contra oscilações macroeconômicas mais amplas.

A Uber divulgou EBITDA  (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no primeiro trimestre, que exclui remuneração baseada em ações e outras despesas, de US$ 168 milhões. Isso superou a expectativa média dos analistas de US$ 132 milhões, segundo dados do IBES da Refinitiv./COM REUTERS

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