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Executivos defendem discussão econômica nas teles

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Por Agencia Estado
Atualização:

O pano de fundo da polêmica que domina o setor de telecomunicações nos últimos dias está na necessidade ou não de se levar a discussão além do campo técnico e do debate sob o ponto de vista do consumidor, como tem sido até agora, para inseri-la no plano econômico, de mercado. Executivos e consultores do setor são unânimes no discurso de que as autoridades precisam estar atentas aos aspectos econômicos, mas repudiam a idéia de ingerência do Banco Central ou qualquer outra autoridade financeira sobre os rumos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Para o presidente da GVT, Márcio Kaiser, o fato do modelo prever possíveis trocas de controle acionário das operadoras a partir de julho de 2003 coloca o assunto na ordem do dia e torna imperiosa a presença de profissionais com perfil econômico no consel ho do órgão regulador. "É preciso ter pessoas com esse backgroud na agência porque, para as empresas, 2003 é depois de amanhã", disse o executivo. A GVT é a operadora de telefonia fixa em nove Estados das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte do País, que concorre com a Brasil Telecom. Na avaliação de Kaiser, a Anatel até agora teve uma postura mais "consumerista". A expressão é a mesma usada pela BCP no documento enviado ao governo alertando sobre o risco de fracasso do atual modelo. "Eu não conheço o documento", assegura o presidente da GVT, para quem textos como o da BCP são normais para fundamentar reivindicações. Para o vice-presidente para a América Latina da consultoria Yankee Group, Dario Dal Piaz, é fundamental evitar a ingerência de outros órgãos sobre a Anatel. "É preciso capacitar a agência com pessoal capaz de ter uma visão mais ampla do mercado, mas não subordiná-la à ingerência de outras autoridades", afirmou. Segundo ele, a Anatel é incapaz de atrair e reter talentos com os baixos salários que oferece. "Um gerente de nível médio do FCC recebe entre US$ 100 mil e US$ 120 mil por ano. No Brasil, isso é salário de executivo", compara Dal Piaz, referindo-se ao órgão regulador do mercado norte-americano. Apesar de elogiar a indicação do economista Luiz Guilherme Schymura para a presidência da Anatel, o executivo destaca a ausência no conselho da Anatel de alguém com experiência no mercado de telecomunicações. "Falta um profissional de mercado, que tome decisões rápidas e que trabalhe em tempo real com as mudanças no ambiente externo", avalia Dal Piaz.

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