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Hollywood foi contra o cinema em casa

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Por Redação
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Hoje, o entretenimento doméstico é uma das principais fontes de renda da indústria do cinema, a ponto de formatos como DVD e Blu-ray serem a aposta dos estúdios. Nem sempre foi assim. Da mesma forma que os estúdios hoje brigam contra a distribuição digital, um dia combateram o vídeo, que, diziam, poderia "acabar com o cinema".   O pesquisador Edward J. Epstein, autor de O Grande Filme, sobre os primórdios do cinema como negócio, vê na rejeição ao digital muito da atitude que reinava entre os produtores no começo dos anos 80, quando o cinema em casa não existia.   Em 1975, a Sony apostava no formato Betamax, um tipo de fita magnética similar ao VHS e, em 1982, decidiu lançar o primeiro videocassete que, além de apenas reproduzir a mídia, continha um botão a mais: gravar.   Foi um escarcéu. "Seremos invadidos por milhões de tênias, que irão devorar o coração e a essência do bem mais precioso que nós detemos: o copyright", afirmava Jack Valenti, então presidente da MPAA, associação que reunia as maiores companhias de cinema dos EUA.   Em 1984, a Universal levou o caso para a Justiça, alegando que gravações caseiras favoreciam a pirataria. A Suprema Corte americana, no entanto, decidiu que réplicas sem fins comerciais eram permitidas. Assim, outras empresas passaram a produzir videocassetes com essa tecnologia, para outro formato que brigava por uma fatia do mercado, o VHS. Equipamentos com a capacidade de gravar ajudaram sua estabilização, maior feito da indústria até a chegada do DVD. No anos 80, esse formato não só liquidou com o Betamax mas também mostrou para Hollywood o poder do entretenimento doméstico, desde então o responsável pela maior fatia dos lucros dos estúdios.   As produtoras de Hollywood não estão repetindo o mesmo erro, tentando barrar o download? "Sim", responde Edward Epstein, sem titubear.   Formatos   Betamax - Travando uma batalha com o VHS durante anos, o Betamax só foi perder de vez a briga no final dos anos 80, quando já tinha deixado de liderar em todo o mundo, abrindo espaço para o rival. Em 1975, a fita da Sony detinha 100% do mercado. Em 1981, caiu para apenas 25% VHS - Desenvolvido nos anos 70, o VHS só ganharia força na década seguinte, quando foi adotado como o suporte da indústria cinematográfica para o entretenimento doméstico e tornou-se sinônimo de vídeo. Reinou absoluto até 2001, quando foi ultrapassado pelo DVD no mercado norte-americano

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