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InLoco e Prefeitura de Recife vão monitorar 700 mil celulares em prol de isolamento social

Tecnologia de geolocalização da startup vai ser usada pelas autoridades para entender efetividade de campanhas de distanciamento social e tomada de medidas contra coronavírus

Foto do author Bruna Arimathea
Por Bruno Capelas e Bruna Arimathea
Atualização:

'A prefeitura da cidade de Recife anunciou na terça-feira, 24, que está usando sistemas de localização de cerca de 700 mil celulares de moradores para ações que incentivam que a população permaneça em casa, devido a pandemia de coronavírus. O projeto será feito em parceria com a startup pernambucana InLoco, dona de uma tecnologia de geolocalização que permite determinar identidades virtuais a partir dos dados de movimentação dos celulares pelo espaço. 

Segundo o prefeito da cidade, Geraldo Júlio, o monitoramento não interfere na privacidade dos moradores nem de seus dados.“Isso é uma ação direcionada ao coletivo, nada individual, para orientarmos as ações para onde as pessoas continuam se movimentando mais. Sabemos que o índice não é 100% fiel, porque mantemos os serviços essenciais funcionando e também temos crianças e pessoas que não têm celular, mas, assim, conseguimos dar alcance específico para cada bairro", explicou durante entrevista coletiva. 

Startup tem serviço de geolocalização que traça perfis de consumo de usuários de smartphones para empresas Foto: InLoco

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O monitoramento será feito em parceria com a In Loco, empresa de inteligência de localização e vai indicar em que bairros a medida de isolamento social estará sendo cumprida. “Não existem pessoas que vão para os mesmos lugares nos mesmos momentos. A geolocalização é como uma impressão digital, que pode ser anonimizada”, diz André Ferraz, presidente executivo da startup, ao Estado. 

Para captar os dados, a InLoco insere seu sistema em aplicativos de parceiros – no caso da colaboração com a Prefeitura de Recife, estarão monitorados os aparelhos que tiverem apps da Prefeitura instalados. “Mas o usuário terá de permitir que o app tenha acesso à sua localização para o recurso funcionar. Nada é feito sem consentimento”, diz. Segundo Ferraz, a InLoco vai usar as informações para determinar o porcentual de pessoas em um determinado bairro que está em casa ou não. 

“Com essas informações, que serão os únicos dados que a Prefeitura vai receber, é possível por exemplo mandar um carro de som do Corpo de Bombeiros para a vizinhança, com avisos para que as pessoas fiquem em casa”, diz Ferraz. “Também é possível fazer comunicação direta: ao ver que o usuário tá saindo de casa, a prefeitura pode mandar uma mensagem pedindo para que ele tome cuidado e lave as mãos.” 

Segundo ele, o projeto começou a ser desenvolvido no último final de semana e já há conversas para que outras cidades e Estados o utilizem. Além disso, o plano é tornar o recurso disponível para o público, para que os cidadãos também utilizem a ferramenta como forma de conscientização em suas cidades. 

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

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