Aécio recebe apoio de PSB e outros partidos e diz que leva agora legado de Campos

Após uma forte arrancada na reta final do primeiro turno da corrida presidencial, o candidato do PSDB, Aécio Neves, ganhou nesta quarta-feira o apoio do PSB e de outros partidos e afirmou que pretende levar adiante o legado de Eduardo Campos a todo Brasil. O PSB disputou o primeiro turno das eleições tendo como candidata a ex-senadora Marina Silva, que assumiu a cabeça de chapa após a morte de Campos em agosto em acidente aéreo. Esta é a primeira vez que os socialistas apoiam o PSDB em uma disputa presidencial. "Esse apoio que aqui recebo da direção nacional do PSB, de governadores, de candidatos a governadores, de parlamentares do partido fortalece muito a nossa candidatura", disse Aécio após o anúncio oficial do PSB. "Quero dizer aqui hoje a todos os brasileiros aquilo que certamente estaria dizendo Eduardo Campos, 'não vamos desistir do Brasil'." A posição de Marina e de seu ainda não formalizado partido, a Rede Sustentabilidade, deve ser divulgada na quinta-feira, quando os partidos que integravam a coligação com o PSB irão se reunir para chegar a uma decisão conjunta. A posição do PSB, no entanto, abre caminho e deixa a ex-senadora mais confortável a declarar eventual apoio a Aécio. Desde o domingo, quando não conseguir passar para a segunda rodada da disputa eleitoral, Marina tem dito que tomará uma decisão baseada em questões programáticas, mas que o Brasil já "mostrou claramente que não está de acordo com o que está aí". Apenas 1 dos 29 integrantes da Executiva do PSB votou pelo apoio à presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT. Sete membros, incluindo a deputada e coordenadora da campanha socialista Luiza Erundina, votaram pela neutralidade, em uma reunião que, segundo participantes, não teve muitos atritos. O apoio a Aécio, para Erundina, "reforça a polarização que foi negada tempo todo" pela campanha. Já para o líder do PSB no Senado e candidato a governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, a decisão reforça o entendimento de que é necessário alternar o grupo que governa o país. "O partido entendeu é que para o fortalecimento da democracia, era importante neste momento a alternância de poder e a alternância de poder neste momento é representada por Aécio Neves", disse Rollemberg.

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Por MARIA CAROLINA MARCELLO E JEFERSON RIBEIRO
Atualização:

DIA DE FESTA

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Mais cedo, num evento com clima de festa da vitória em Brasília, Aécio já havia comemorado o apoio do PSC, que tinha como presidenciável o pastor Everaldo, do PV, cujo candidato Eduardo Jorge discursou a favor do tucano, e também do PPS, que fez parte da aliança de Marina e havia sido anunciado na véspera.

    "Nós vamos construir nossa unidade em torno do projeto mudancista", disse o tucano a jornalistas. "No fundo as questões essenciais nos aproximam e não nos separam."

    Durante o discurso de agradecimento, a uma plateia de centenas de militantes e candidatos vencedores e derrotados do PSDB no primeiro turno, Aécio afirmou ser o "representante da esperança, da mudança, da eficiência e dos valores na máquina pública". Mas ressaltou: "estamos apenas no meio da travessia."

Na terça-feira, Dilma também havia reunido dezenas de aliados eleitos e que ainda disputam o segundo turno em Brasília, mas numa reunião sóbria, em que o tom era mais de preocupação do que de celebração para quem acabou de vencer o primeiro turno.

    Nesta quarta, restou a Dilma dizer que a posição do PSB, um aliado histórico e que integrou todos os governos petistas desde 2003, mas que deixou sua administração no ano passado, era "legítima da democracia". E comemorar ao menos o apoio do candidato do PSB à reeleição na Paraíba, Ricardo Coutinho.

    Ele disputa o segundo turno contra o senador tucano Cassio Cunha Lima e preferiu se aliar à Dilma do que a Aécio.

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