Anistiados 44 camponeses perseguidos pela ditadura no Araguaia

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Por FERNANDO EXMAN
Atualização:

Em um julgamento inédito, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça anunciou nesta quinta-feira que indenizará 44 camponeses que sofreram com a repressão da ditadura militar à guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974. As reparações financeiras serão de 80.352 reais a 142.941 reais à vista e mais dois salários mínimos por mês até o final da vida dos contemplados. As anistias fazem parte de um total de 84 desses casos julgados pela comissão. Até o fim do ano, o colegiado pretende analisar outros 198 casos restantes referentes à guerrilha do Araguaia. "Estamos fazendo aqui um reconhecimento de um pedido de desculpas", disse o ministro da Justiça, Tarso Genro, durante a cerimônia de anúncio dos resultados dos julgamentos na praça central da cidade. "Isso não é revanchismo, é afirmação da dignidade da pessoa humana", acrescentou. A Comissão de Anistia concluiu que essas 44 pessoas foram torturadas ou perderam suas terras e lavouras devido às operações militares que tentavam combater os guerrilheiros. Formada por militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a guerrilha do Araguaia estabeleceu-se na região amazônica localizada ao sul do Pará com o objetivo de conquistar o apoio da população local contra o regime militar e fazer uma revolução. A repressão ao movimento deixou cerca de 70 desaparecidos.

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