
13 de fevereiro de 2012 | 14h31
Durante todo o tempo, Santos manteve Cleide sob ameaça de um chuço - espécie de arma branca artesanal - e exigia garantia de vida, falar com parentes que viveram em Prado, no sul da Bahia, e transferência para uma penitenciária daquele Estado, onde o preso nasceu. Segundo a Polícia Militar, ele alegava que haveria um prêmio de R$ 100 mil por sua vida, devido aos crimes que cometeu.
O detento é acusado de roubo, homicídio e estupro e já foi condenado pela Justiça mineira. Ele também é portador do vírus da Aids e ameaçou contaminar a refém. De acordo com a PM, Santos concordou em libertá-la após falar com um familiar. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas disponibilizou unidades para transferir o preso nas regiões central e sul do Estado, mas não revelou os locais por motivo de segurança.
Apesar da superlotação do presídio de Montes Claros, que abriga quase o dobro da capacidade de 592 detentos, Santos era mantido separado em uma cela improvisada em sala para visitas íntimas porque teria tentado matar outro detento e estaria ameaçado. Ele conseguiu fazer Cleide refém no momento em que um agente penitenciário abriu a porta da cela para entregar sua refeição.
Segundo o diretor do presídio, José Pedro Oliveira, ele fez vários cortes no rosto e nos braços e, depois de empurrar o agente, usou o próprio sangue para ameaçar o funcionário. "Ele intimidou o agente porque é soropositivo", disse. Cleide passava pelo corredor no momento e foi imobilizada pelo acusado. Durante as negociações, a segurança no local foi reforçada com homens da polícia, do Corpo de Bombeiros e do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) de Belo Horizonte. Após a libertação da vítima, o preso e a cabeleireira foram levados para um hospital de Montes Claros.
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