Após protesto de dissidentes, Aníbal busca apoio de Aécio

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Por Redação
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Em meio aos protestos de deputados tucanos contra sua reeleição como líder da bancada na Câmara, o deputado José Aníbal reuniu-se nesta quinta-feira com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, que articulou a recondução do paulista ao cargo. Aníbal negou que enfrente dificuldade com a bancada, mas confirmou que o mote do encontro foi uma "conversa política". "Eu vim a ser reconduzido à liderança da bancada. O governador Aécio Neves foi líder da bancada, conhece bem e a gente está sempre trocando experiência", desconversou o deputado. Depois das acusações do grupo de 19 dissidentes, que classificou como "golpista e antidemocrática" a atitude da liderança tucana na Câmara de alterar o estatuto que permitiu a reeleição, Aníbal rebateu as afirmações de que estaria retaliando os dissidentes, como afirmou o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP). Aníbal classificou o colega tucano de "injusto, até ingrato". Na quarta-feira, o líder remanejou Pannunzio da Comissão de Relações Exteriores, onde esteve nos últimos 13 anos, e o colocou na Comissão de Constituição e Justiça, onde atuava apenas em situações emergenciais. No grupo divergente, visto como próximo ao governador José Serra SP), Pannunzio é um dos mais fortes críticos da recondução de Aníbal. "Eu acho que o deputado Pannunzio está sendo injusto, até ingrato. Porque eu o promovi, o coloquei na Comissão de Constituição e Justiça, a principal da Câmara. Dos que, supostamente, constituíam uma dissidência, eu praticamente indiquei todos nas comissões que solicitaram", afirmou Aníbal. Aécio afirmou que, diante dos votos que Aníbal teve na bancada, os parlamentares tucanos terão que acatar a decisão. "O PSDB é um partido que, por mais que deva respeitar as postulações individuais, e elas são legítimas, no momento em que se toma uma decisão, deve-se acatá-la. A maioria dos seus integrantes apoiou a recondução do líder José Aníbal e a bancada está extremamente bem servida com ele na liderança", declarou o governador. Aécio disse que o momento é de união em torno de projetos no Congresso. "Eu acho que, agora é a hora de nós termos uma estratégia de enfrentamento no Congresso Nacional. Qual é a agenda que o PSDB deve apresentar na Câmara dos Deputados? Isso é que é importante, o resto, nesse momento, é irrelevante", concluiu. Em troca, o deputado paulista não descartou a possibilidade de apoiar a realização de prévias internas na legenda para escolha do candidato tucano para a eleição presidencial de 2010. As prévias são defendidas por Aécio, que disputa com o governador de São Paulo, José Serra, a indicação do partido para o pleito. "O PSDB vai instaurar um procedimento de conversa, de discussão, dentro do partido e com a sociedade, um diálogo mais abrangente. Se for necessária uma prévia, vai se fazer uma prévia", completou o deputado. (Reportagem de Marcelo Portela)

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