Bovespa fecha em queda puxada por Petrobras; alta da Selic afeta construtoras

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Por PRISCILA JORDÃO
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A Bovespa fechou no vermelho nesta quinta-feira, no encalço das bolsas norte-americanas, da queda de quase 3 por cento da ação preferencial da Petrobras e com o mercado avaliando a decisão do Banco Central brasileiro de elevar a taxa Selic para 10,5 por cento ao ano. O Ibovespa caiu 0,82 por cento, a 49.696 pontos. O giro financeiro na bolsa totalizou 5,6 bilhões de reais. O índice ensaiou uma alta pela manhã, mas passou com força ao território negativo diante da trajetória descendente dos índices dos Estados Unidos, onde investidores digeriam resultados corporativos desapontadores. Por aqui, a ação preferencial da Petrobras liderou as pressões de baixa, com queda de 2,81 por cento, anulando os ganhos de quarta-feira. Os papéis da petroleira abriram em baixa, após o Ministério de Minas e Energia ter negado notícia do site do jornal "Folha de S.Paulo", que afirmou que o governo e a estatal estimam um novo aumento da gasolina e do diesel para junho. "A notícia dizia que o governo implementaria um reajuste dentro da nova política de preços, mas para mim ficou claro que não há uma política. O governo avalia o reajuste segundo a inflação. E os primeiros números de inflação de janeiro estão vindo altos", afirmou a sócia da Zenith Asset Management Débora Morsch. Outro componente desfavorável para a Bovespa neste pregão, na avaliação de especialistas, foi a elevação da taxa básica do juro na véspera pelo Banco Central em 0,5 ponto percentual, para 10,5 por cento ao ano. Embora a bolsa tenha subido de manhã, diante da leitura de que o BC está mais comprometido com o combate a inflação, a alta dos juros futuros pesou sobre alguns setores da bolsa, como o de construção. Além disso, a Selic mais alta torna ativos mais arriscados como a bolsa menos atrativos. Os bancos Bradesco e Itaú Unibanco foram outras fortes influências negativas sobre o Ibovespa, enquanto a preferencial da Eletrobras teve a maior queda percentual, de 4,18 por cento. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu prazo de 10 dias a partir de terça-feira (14) para a estatal entrar com recurso contra decisão que a obriga devolver recursos à conta da Reserva Global de Reversão (RGR).

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