Centenas de militantes na Nigéria decidem entregar armas

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Por AUSTIN EKEINDE
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Centenas de militantes nigerianos entregaram armas, bombas e outros equipamentos de combate aderindo a um programa de anistia do governo federal que pretende reduzir os confrontos na região produtora de petróleo do delta do Níger. Foi o maior recolhimento de armas e munição de militantes nigerianos desde que o presidente Umaru Yar'Adua abriu seu programa de anistia de 60 dias, há duas semanas. "Estamos entregando nossas armas para dar uma chance à paz e para que as empresas petrolíferas e outras multinacionais venham para a nossa região para ajudar a desenvolvê-la," disse Erepamutei Olotu, conhecido localmente como General Ogunbos, durante a cerimônia pública de entrega das armas no centro de anistia em Yenagoa, capital do Estado de Bayelsa. Ataques a oleodutos e a unidades industriais assim como seqüestros de empregados de petrolíferas desde o começo de 2006 já custaram bilhões de dólares ao oitavo maior produtor de petróleo do mundo além de aumentarem a volatilidade mundial dos preços do petróleo. Na cerimônia, o ex-líder militante Ebikabowei Victor Ben, conhecido localmente como Boyloaf, deu a uma alta autoridade do governo seu colete à prova de balas bordado com o logotipo do grupo militante mais importante da Nigéria, o Movimento de Emancipação do Delta do Níger (MEDN). "Como presidente do MEDN no Estado de Bayelsa, entrego este colete ... como uma proclamação de que estamos desarmados e somos fiéis à nossa palavra. Esperamos que o presidente seja fiel à sua palavra e desenvolva a região do Delta do Níger," disse Ben a uma multidão de centenas de pessoas que incluía ex-militantes, autoridades de governo e autoridades de segurança. Ben estava entre os 25 ex-líderes militantes que entregaram mais de 500 armas, dezenas de lança-mísseis e bombas e 14 barcos de combate. Ele alertou, no entanto, que se o governo falhar em promover o desenvolvimento da região, a violência retornará. Há desconfiança sobre se a estratégia terá sucesso, já que o governo até o momento fez pouco na direção de promover treinamento profissional para a população local e criar mais oportunidades para os militantes que estão deixando a violência.

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