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Desemprego de jovens dá um salto em janeiro

O que mais impressiona nos últimos dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, que abrange as seis maiores regiões metropolitanas do País, é o alto nível de desocupação da população jovem, de 18 a 24 anos. A taxa de desemprego entre esse grupo, que já era elevada em dezembro (16,5%), saltou para 18,9% em janeiro deste ano.

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Por Redação
Atualização:

No cômputo geral, incluindo todas as faixas etárias, o desemprego subiu de 6,9%, em dezembro, para 7,6%, em janeiro, a maior taxa para o mês desde 2009 (8,2%). Nota-se, porém, que, entre os jovens, a variação da taxa de um mês para outro foi de 2,4 pontos porcentuais a mais, enquanto, no índice geral, a variação foi de 0,7 ponto.

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Isso revela uma situação parecida com a de países europeus mais afetados pela debacle econômica de 2008/2009, alguns dos quais tiveram uma taxa de desemprego entre os jovens de 25% da População Economicamente Ativa (PEA). Diante das expectativas negativas quanto à evolução da economia nacional a médio prazo, tornou-se bastante comum ouvir de jovens brasileiros que desejam ou têm planos para deixar o País em busca de emprego. A faixa menos afetada é a de trabalhadores com idade entre 25 a 49 anos (desemprego de 6,5% em janeiro).

Pode-se argumentar que, sendo janeiro um mês em que o ritmo de atividade é geralmente mais fraco, muitas pessoas já em idade de trabalhar deixaram de procurar emprego no período. Os dados dizem o contrário. O total de pessoas em busca de vagas cresceu 8,4% na passagem de dezembro de 2015 para janeiro de 2016, 146 mil candidatos a mais que em período similar do ano anterior. Em relação a janeiro de 2015, a desocupação teve um crescimento de 42,7%, com um total de 562 mil aspirantes a um emprego.

Outra constatação é de que a taxa de desemprego, em janeiro de 2016, não foi influenciada, como ocorria em outros anos, pelas dispensas pelo comércio de empregados provisórios, contratados nos últimos meses do ano anterior para atender ao aumento da demanda no período. Como informa o IBGE, o comércio registrou aumento de 100 mil contratações em janeiro.

Apesar disso, houve desligamento de 336 mil trabalhadores com carteira assinada em áreas diversas nas seis regiões metropolitanas, acompanhado, como tem sido a norma, de um decréscimo real de renda de 1,3% em janeiro, em relação a dezembro, e de 7,4%, em confronto com janeiro de 2015.

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