16 de agosto de 2011 | 19h39
"As autoridades sabiam (das ameaças), a polícia sabia e a divisão de segurança do Tribunal de Justiça sabia. Tudo foi comunicado pela Patrícia ao longo dos anos", afirmou Lins e Silva. Os papéis foram entregues à Divisão de Homicídios, que investiga o crime. A Corregedoria da Polícia Militar informou que a juíza esteve no órgão uma semana antes de ser morta, mas não comentou sobre nenhuma ameaça de morte contra ela.
O advogado cita um depoimento dado pela juíza à corregedoria da PM e um documento com relatos sobre uma ameaça descoberta em uma interceptação telefônica da Polícia Federal. Segundo ele, "há ofícios dramáticos em que Patrícia pede providências" para a garantia de sua segurança. O TJ-RJ alega que a magistrada abriu mão de sua escolta em 2007 e não voltou a pedir proteção.
Investigadores analisaram ontem as imagens das câmeras do Fórum de São Gonçalo, onde Patrícia trabalhava. Dois homens em uma moto teriam feito uma tocaia e esperado o carro da juíza sair da garagem. Ao ver o veículo na saída, eles teriam seguido para a casa da magistrada.No mesmo fórum, a comissão de três juízes criada para assumir provisoriamente os casos sob responsabilidade de Patrícia começou a estudar os processos. Uma audiência marcada para esta semana foi adiada para a semana que vem.
O juiz Fabio Uchoa, que considerou nula a segurança aos juízes, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo um dia após a morte da juíza, foi escolhido para coordenar a comissão. Ele admitiu contar com uma equipe de segurança. "Minha rotina vai continuar a mesma. Tenho meus mecanismos de segurança, que não ficaram mais rigorosos após o assassinato de Patrícia", disse Uchoa, que se dedicará exclusivamente à 4ª Vara Criminal. Uma comissão do Conselho Nacional de Justiça acompanhará as investigações sobre o assassinato de Patrícia. Em nota, a Anistia Internacional condenou a execução da magistrada e cobrou ações do governo brasileiro contra as milícias e grupos de extermínio.
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