Doméstica acusa patrões por cárcere de 14 anos na BA

A acusada de cárcere disse, no entanto, que havia pegado a garota para criar e a tratava como filha

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Por Tiago Décimo
Atualização:

A polícia baiana resgatou nesta terça-feira, 10, a empregada doméstica Gabriela Jesus Silva, de 25 anos, da casa dos patrões, a professora Maria Helena Silva e o comerciante José Carlos Silva, no bairro de Itapuã, em Salvador (BA). Gabriela acusa os empregadores de mantê-la em cárcere privado desde que tinha 11 anos. No período, segundo a doméstica, ela foi submetida a maus-tratos e não teria recebido salários. Os agentes da 12.ª Delegacia cumpriram determinação do Ministério Público, que acompanha o caso, descoberto por meio de denúncia anônima à Secretaria Especial de Política para Mulheres. Gabriela prestou depoimento à titular da 12.ª Delegacia da capital baiana, Francineide Moura. Não soube dizer onde nasceu - contou apenas que foi na região de Cansanção (BA), 384 quilômetros a noroeste de Salvador - e teve dificuldades em especificar a idade, mas confirmou as acusações. Ouvida em seguida, a professora rebateu o depoimento de Gabriela. Afirmou que a pegou para criar com uma tia dela e que não a considerava sua empregada. "A acusada contou que tratava a menina como se fosse sua filha e que, se a impedia de sair de casa sozinha, era para preservar a segurança dela", diz Francineide. "Vamos, agora, tentar ouvir os vizinhos da acusada para verificar as acusações." Gabriela foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para ser submetida a exames que vão determinar se ela sofreu lesões corporais. De lá, vai ser levada para uma unidade do Serviço Social do Estado, onde aguardará a localização de algum familiar. Se for comprovado o cárcere privado, os acusados podem ser condenados a oito anos de prisão.

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