Estado Islâmico controla 90% de campo de refugiados em Damasco

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Por Redação
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O Estado Islâmico assumiu o controle de 90 por cento de um campo de refugiados palestinos nos subúrbios de Damasco, onde 18 mil civis sofrem há anos com bombardeios, cercos e controle de milícias, afirmou neste sábado um grupo de monitoramento. A ofensiva do EI em Yarmouk dá à organização uma importante presença na capital. Grupo insurgente mais poderoso na Síria, o Estado Islâmico está a apenas poucos quilômetros do local onde o presidente Bashar al-Assad governa o país. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse estar preocupada com a segurança e proteção de sírios e palestinos no campo. Civis encurralados há tempos sofrem um cerco do governo, que causou fome e doenças no local. "A situação em Yarmouk é uma afronta à humanidade, uma fonte de vergonha universal", afirmou o porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina e do Próximo Oriente, Chris Gunness. "Yarmouk é um teste, um desafio para a comunidade internacional. Não podemos falhar. A credibilidade do próprio sistema internacional está em jogo", afirmou. O Estado Islâmico lançou na quarta-feira um ataque contra outros grupos de combatentes em Yarmouk, principalmente o Aknaf Beit al-Maqdis, uma milícia anti-Assad formada por sírios e palestinos do campo. Partidários do EI postaram fotos nas redes sociais de duas cabeças de homens que foram decapitados e que seriam da Aknaf Beit al-Maqdis. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que monitora o conflito a partir da Grã-Bretanha, afirmou que o Estado Islâmico e o braço oficial da Al-Qaeda na Síria, a Frente Al-Nusra, obtiveram ganhos durante a madrugada, chegando a ocupar o nordeste do distrito, próximo ao centro de Damasco. Eles controlam agora 90 por cento do local. O Estado Islâmico comanda grandes porções da Síria e do Iraque. Uma campanha aérea liderada pelos Estados Unidos tenta conter o avanço do grupo. Yarmouk era o lar de meio milhão de palestinos antes do início do conflito na Síria, em 2011. A guerra já matou 220 mil pessoas e deixou milhões desabrigadas. Autoridades do governo não foram encontradas para comentar. A agência de notícias estatal síria, Sana, afirmou que os terroristas do campo impedem que a ajuda humanitária chegue aos civis. Ela também informou que o Exército cercou a região. (Por Oliver Holmes)

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