Governo vai apurar falta de 'tropa' do PCC a audiências

Falta provocou atraso no processo e acabou culminando com o habeas-corpus à 'tropa de choque' do PCC

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Por Marcelo Godoy
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) abriu investigação para saber por que os presos da chamada "tropa de choque" do Primeiro Comando da Capital (PCC) não foram levados ao fórum de Francisco Morato, provocando o atraso no processo que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a conceder habeas-corpus e libertar 10 dos 12 réus do caso. O grupo é acusado de participar de uma ação conjunta do PCC e do Comando Vermelho (CV): o plano de tomar um presídio de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, para promover a fuga em massa de 1.279 presos, entre eles o seqüestrador Jorge de Souza, integrante do CV. Veja também: Testemunhas de defesa depõem sobre ataques do PCC em SP SP transfere 100 chefes do PCC para deter ataque Para Mendes, só deveriam estar presos os que já foram julgados STF solta 'tropa de choque' do PCC por atraso no processo STF foi unânime na libertação da 'tropa de choque' do PCC Ministros não tinham opção, dizem juristas  O objetivo da secretaria é saber por que não houve escolta e segurança para a realização das audiências, como alegado pela juíza Adriana Costa, responsável pelo processo, e conforme o ministro Carlos Ayres Brito, do STF, se justificou para determinar a soltura dos réus. A Secretaria da Segurança pediu à Procuradoria-Geral de Justiça que solicite ao promotores de Francisco Morato os termos lavrados em audiências realizadas com os acusados para apurar os fatos. Com os acusados, o Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) apreendera 5 fuzis, 5 submetralhadoras, 6 pistolas, 2 revólveres, 3 granadas, 5 coletes à prova de bala e uma planta do presídio. Dez acusados foram presos quando se preparavam para a ação. Houve tiroteio, dois policiais ficaram feridos e um dos acusados, ligado ao CV, morreu. Os presos foram denunciados. Em um processo, os réus são interrogados, e as testemunhas, ouvidas. Para tanto, os presos têm de ser levados do presídio para o fórum. Como, segundo o voto do ministro Ayres Brito, não havia escolta que garantisse o transporte com segurança dos réus, muitas audiências foram adiadas. A instrução do processo, que devia durar 81 dias, se arrastou por quatro anos. Por causa disso, a defesa entrou com habeas-corpus, pedindo a libertação dos réus. O STF entendeu que não era razoável alguém ficar tanto tempo preso sem ser julgado e mandou soltar todos.

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