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Itália elege presidentes da Câmara e do Senado, mas impasse continua

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Por Redação
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A aliança de centro-esquerda na Itália elegeu os presidentes da Câmara e do Senado, em uma votação apertada neste sábado. A margem frágil de sucesso sublinhou a dificuldade em formar um governo estável depois do pleito geral do mês passado. Depois de um dia tenso no Parlamento, os candidatos de centro-esquerda Laura Boldrini e Piero Grasso, um magistrado anti-máfia, foram eleitos como oradores da Câmara e do Senado, respectivamente. Candidatos de outros partidos descartaram aceitar os dois cargos em troca de apoio a um governo da coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani. Sem clara maioria no Senado, Bersani, do Partido Democrático (PD), teve de contar com as abstenções e votos de outros grupos, como centristas liderados pelo primeiro-ministro Mario Monti. Grasso ainda não conseguiu a maioria absoluta no Senado. Embora a centro-esquerda agora tenha os principais postos do Parlamento, o resultado mostra que Bersani não conseguiu garantir um acordo mais amplo que poderia permitir a formação de um governo. Ele fez pouco para conter a especulação de que a Itália pode ter que voltar às urnas dentro de meses. "Nós sabemos que Bersani e o PD não podem formar um governo", Maurizio Gasparri, um aliado próximo do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse após a votação. Consciente da ameaça de instabilidade, o presidente Giorgio Napolitano emitiu uma declaração dizendo Monti permaneceria no cargo até que um novo governo seja formado por causa da necessidade de liderança na Europa e na economia. Cabe agora a Napolitano tentar encontrar uma saída para um impasse que recorda os governos de curta duração da era pós-guerra. Ele vai começar a sondar os líderes partidários nesta quarta-feira para ver se algum deles pode formar uma maioria viável. (Reportagem de James Mackenzie e Roberto Landucci)

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