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Mais de 40 morrem em incêndio e confrontos no sul da Ucrânia

Por NATALIA ZINETS
Atualização:

Mais de 40 pessoas foram mortas em Odessa nesta sexta-feira depois que ativistas pró-Rússia e partidários da unidade nacional da Ucrânia entraram em confronto na cidade portuária no sul do país, na região do Mar Negro. Na pior violência em Odessa desde que o presidente Viktor Yanukovich foi deposto em fevereiro, a polícia disse que 38 pessoas morreram sufocadas por fumaça ou foram mortas quando pularam das janelas depois que o prédio de um sindicado foi incendiado. Os lados opostos no conflito, que se repete em outras partes da Ucrânia, especialmente no leste, já tinham se enfrentado antes em Odessa, mas a violência nunca havia resultado em mortes. Alguns moradores dizem temer que ocorram agora tentativas de represália. Antes disso, a polícia informou que quatro homens morreram em um confronto depois que uma passeata de manifestantes pró-governo central de Kiev foi emboscada. Bombas incendiárias, pedras arrancadas do pavimento e explosivos foram atirados durante os enfrentamentos, disseram. Agitando a bandeira azul e amarela da Ucrânia, e com capacetes e bastões, milhares de ucranianos saíram às ruas em apoio à posição pró-europeia adotada pelo governo central. Alguns eram fãs do time local de futebol, o Chornomorets. Em um ataque mesclado com a rivalidade do futebol, ativistas pró-russos, dos quais muitos usavam as cores do time do Metalist, da região de Kharkiv, no leste, se embrenharam na multidão. A polícia logo perdeu o controle da situação. Segundo os policiais, o prédio do sindicato foi depois incendiado. Dmytro Spivak, um parlamentar local, disse à televisão ucraniana que pelo menos seis jovens partidários das autoridades de Kiev haviam sido mortos no confronto. "É bastante evidente que o lado pró-russo estava muito bem armado, bem organizado, e que essa ação foi planejada há muito tempo", disse ele, acrescentando que a polícia pouco fez para interromper os confrontos. Os novos líderes da Ucrânia, pró-ocidentais, acusam a Rússia de apoiar os grupos pró-russos para tentar desestabilizar um país que tenta desesperadamente se recuperar de meses de revoltas que levaram à derrubada de Yanukovich. A Rússia nega estar intervindo nos levantes no leste e sul da Ucrânia e diz que a população local de língua russa está simplesmente protegendo seus direitos contra um possível ataque dos líderes ucranianos pró-Ocidente. (Reportagem adicional de Elizabeth Piper)

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