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Museu do Iraque ganha versão virtual na internet

Projeto italiano coloca online acervo de tesouros da antiga Mesopotâmia

Por Assimina Vlahou
Atualização:

O Museu Nacional do Iraque, um dos mais importantes do mundo e que foi alvo de saques durante a ofensiva de 2003 no país, agora pode ser parcialmente visitado pela internet, graças a um projeto realizado por pesquisadores italianos. Localizado em Bagdá, o museu reúne relíquias da antiga Mesopotâmia, e seu acervo de 6 mil anos é tido como o quarto mais importante no mundo, depois do Louvre, em Paris, o Museu Britânico, em Londres, e o Instituto de Artes de Chicago. O projeto do Conselho Nacional de Pesquisa italiano (CNR) oferece online imagens em 3D, fotos, textos, mapas interativos e vídeos, e levou três anos para ficar pronto, envolvendo uma equipe de cem pessoas, entre arqueólogos, historiadores e especialistas em informática. Segundo o coordenador do projeto, Massimo Cultraro, arqueólogo especializado em pré-historia do Egeu e do Oriente Próximo, as obras estão divididas em oito salas, que correspondem às oito eras da Mesopotâmia. "Os períodos vão desde a idade pré-histórica até o surgimento das primeiras civilizações dos Sumérios, atravessando o Império Babilônico e Assírio, a presença persa e a época de Alexandre, o Grande, até chegar ao mundo islâmico, com a antiga Bagdá dos califas, celebrizada pelo ciclo das Mil e uma Noites", descreveu o arqueólogo, em entrevista à BBC Brasil. Torre de Babel Uma das salas reconstruídas é dedicada ao período assírio. "Nesta seção há os grandes touros alados com cabeças humanas, os Lamassus. São obras gigantescas, assim como as placas que ornavam os palácios assírios", informou Cultraro. Outra reconstrução mostra um pátio, onde surge o edifício "Ziqqurat", identificado como sendo a Torre de Babel na Bíblia. Na avaliação do arqueólogo, uma das peças mais importantes do museu virtual é o capacete de ouro de Meskalamdug, soberano de Ur, que viveu em torno do ano de 2400 a.C.. Ele está exposto na sala dedicada à Suméria. Por causa da guerra e da falta de segurança, os pesquisadores italianos não estiveram pessoalmente no Iraque. O material usado para as reconstruções foi fornecido pelo Ministério da Cultura do país. "Para eles, o museu virtual significa abrir um portal de comunicação com o mundo, a favor de seu patrimônio arqueológico", comentou o pesquisador italiano. Após ter passado os últimos anos fechado para restauração após a guerra, o Museu Nacional do Iraque, em Bagdá, reabriu ao publico em fevereiro. O local conserva cerca de 25 mil peças, mas apenas 30% delas está exposta. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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