Para Temporão, é difícil mudar normas de trânsito

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Por Ligia Formenti
Atualização:

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, criticou hoje as normas brasileiras de trânsito e afirmou ser preciso "mudar muita coisa" para que os índices de violência nas estradas sejam reduzidos. Para Temporão, tais alterações, no entanto, são difíceis de serem alcançadas, principalmente pela pressão de grupos econômicos. "Enquanto isso, a única coisa que a sociedade faz é chorar pelos seus mortos", afirmou. Ele defendeu a prisão de motoristas surpreendidos dirigindo sob efeito do álcool. "Eles precisam ser presos e processados." Temporão sugeriu ainda regras mais rígidas para concessão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). "Hoje, habilitação é entregue para pessoas que não têm condições emocionais para isso", disse. Na avaliação do ministro da Saúde, é preciso fazer uma revisão profunda nessas regras, que permitiriam, por exemplo, evitar casos como o do motorista Itamar Campos Paiva, do Rio, acusado de ter agredido uma pedestre com uma barra de ferro na Barra da Tijuca. As afirmações de Temporão foram feitas pouco antes de a Câmara votar o projeto de lei que proibia a venda de bebidas alcoólicas nas estradas. A proposta, de autoria do governo, foi alterada tanto na Casa como no Senado, tornando menos rígidas as normas de proibição. Hoje, a Câmara votou um texto um pouco mais rígido do que o que havia sido aprovado no Senado. O impedimento para a venda de bebidas em rodovias federais é mantido, exceto nas áreas rurais. "Vivemos um verdadeiro genocídio", disse. Temporão disse esperar, ansiosamente, o dia em que toda a sociedade possa aplaudir a edição de normas corajosas, que, de fato, reduzam o índice de violência no trânsito do País.

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