Polônia registra confrontos no seu Dia da Independência

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Por Redação
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Tropas de choque munidas de cassetetes, gás lacrimogêneo e jatos de água investiram nesta sexta-feira contra milhares de manifestantes de direita envolvidos em tumultos nas celebrações do Dia da Independência. O porta-voz policial Markus Sokolowski disse que as forças de segurança tentavam manter ativistas de direita e de esquerda separados, mas reagiram quando o grupo direitista começou a atirar pedras, garrafas e rojões. Mais de 12 pessoas, inclusive nove policiais, ficaram feridas nos distúrbios, e manifestantes de direita posteriormente atearam fogo ao veículo de uma emissora de TV que cobria os protestos. Antes disso, esquerdistas gritando que "o fascismo não passará" atacaram policiais que tentavam impedi-los de bloquear a rua Marszalkowska, importante artéria de Varsóvia, que estava no percurso de uma passeata nacionalista, segundo Sokolowski. "O primeiro-ministro Donald Tusk ordenou que todos os serviços públicos mantenham uma ordem rígida e penalizem severamente todos os que violarem a lei", disse o Centro de Informação do Governo em nota depois dos distúrbios, em que mais de 150 pessoas foram detidas. O porta-voz policial disse que manifestantes que forem identificados como agressores serão processados. "O processo de identificação está em andamento", acrescentou. Pela lei polonesa, agressões a um agente da lei pode levar a até três anos de prisão. Há semanas uma coalizão de esquerdistas, anarquistas, militantes pró-aborto, ambientalistas e ativistas da causa homossexual divulgavam planos para impedir a Marcha da Independência que estava sendo preparada pelos grupos nacionalistas Juventude Pan-Polonesa e Campo Radical Nacional. O 11 de novembro marca a data, em 1918, na qual a Polônia recuperou sua independência, depois de passar 123 anos dividida entre Rússia, Prússia e Áustria. O presidente polonês, Bronislaw Komorowski, disse na noite de sexta-feira que já consultou parlamentares sobre a possibilidade de mudar uma lei relacionada a aglomerações públicas, para evitar que incidentes como esses se repitam. "É do interesse dos organizadores (de manifestações) deixar claro quem é o perpetrador, e que seja motivo de vergonha por causa de um comportamento tão desonroso", disse o presidente. Falando antes numa cerimônia oficial, Komorowski conclamou os poloneses a "celebrarem juntos esta ocasião patriótica, não uns contra os outros." (Reportagem de Rob Strybel e Dagmara Leszkowicz)

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