Prestes a iniciar novo mandato, Berlusconi promete modernização

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Por PHIL STEWART
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O conservador Silvio Berlusconi assume na quinta-feira o posto de primeiro-ministro da Itália pela terceira vez, formando um dos gabinetes mais direitistas do país desde a Segunda Guerra Mundial. O bilionário de 71 anos, que venceu as eleições parlamentares do mês passado, será empossado às 17 horas (horário local) e depois encontrará ministros cuja tarefa será reanimar a economia italiana, que corre risco de recessão. Apesar de Berlusconi ter alertado que os próximos anos serão difíceis para a Itália e que, por isso, terá de implementar reformas impopulares, seu discurso antes da posse foi otimista. "Estamos em um período de lua de mel", disse Berlusconi, dizendo que pretende dar continuidade ao trabalho interrompido em 2006, quando não conseguiu ser reeleito. Ele também foi primeiro-ministro de 1994 a 1995. "Temos 100 dias para evitar a decepção daqueles que depositaram sua fé em nós e cinco anos para mudar e modernizar este país", afirmou ele, segundo o jornal La Stampa. Berlusconi promete combater o crime, reprimir a imigração ilegal e limpar o lixo que paralisa as ruas de Nápoles. Em sua primeira reunião no gabinete de Nápoles, Berlusconi pretende dizer que a crise do lixo é um problema nacional porque mancha a imagem da Itália no exterior. Outra dor de cabeça é evitar que a companhia área estatal Alitalia vá à falência. Para isso, é preciso encontrar um comprador com bastante dinheiro. O gabinete de Berlusconi está repleto de aliados direitistas da Aliança Nacional (AN), partido com raízes fascistas, e da Liga do Norte, que se opõe fortemente à imigração --a combinação permite antever que as políticas imigratória e de segurança serão mais pesadas. Entre os aliados está Roberto Calderoli, dissidente da Liga do Norte, conhecido pela retórica anti-islâmica. Ele causou revolta na Líbia, ao usar uma camiseta com a charge dinamarquesa sobre o profeta Maomé. Um dos conselheiros mais próximos de Berlusconi, Giulio Tremonti, volta ao terceiro mandato como ministro da Economia. Ele tem, portanto, um grande desafio pela frente: consertar a economia italiana, cortando o déficit no orçamento e implementando uma ambiciosa supervisão de impostos. O novo ministro da Previdência, Maurizio Sacconi, que, como Tremonti, é do mesmo partido de Berlusconi, o Forza Itália, disse que sua prioridade seria aumentar o poder de compra dos trabalhadores italianos afetados pela alta nos preços de alimentos básicos, como pão e massa.

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