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Dicas e histórias de vida da Flórida

Projeto de músicos brasileiros leva a obra de Tom Jobim para o mundo

Próxima parada é Cuba, em maio: será a primeira vez que a Orquestra Sinfônica Nacional de Cuba dedica um concerto à Bossa Nova

Por Chris Delboni
Atualização:
Os músicos Rose Max e Ramatis Foto: Jackie Herrera

Em 2011, a maior dupla da música popular brasileira em Miami - o casal Rose Max e Ramatis - teve o gostinho de tocar com uma orquestra pela primeira vez. No ano seguinte, criaram o Projeto Bossa Nova Sinfônica. E, em 2013, se apresentaram junto à Orquestra Sinfônica Nacional de Costa Rica, e lançaram o CD Bossa Nova Sinfónico Recordando a Antonio Carlos Jobim. A canção inédita Abertura Jobiniana, de autoria do paulista Rafael Piccolotto de Lima, que abriu o concerto, foi indicada como melhor obra/composição clássica contemporânea para o Latin Grammy naquele ano e o CD recebeu o prêmio de melhor do ano, pelo Brazilian Press Awards, considerado o "Oscar" da comunidade brasileira no exterior.

"O objetivo do Projeto Bossa Nova Sinfônico é levar a Bossa Nova, a música de Antônio Carlos Jobim, a todas as partes do planeta", diz o casal, radicado em Miami há mais de duas décadas. E estão conseguindo.

A primeira apresentação do Projeto Bossa Nova Sinfônica foi em Costa Rica, em 2013 Foto: Orquestra Sinfônica Nacional de Costa Rica/Divulgação

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Depois de Costa Rica, tocaram com orquestras no México e em Miami, e, em maio, serão os primeiros músicos populares brasileiros a se apresentarem com a Orquestra Nacional de Cuba, que pela primeira vez dedica um concerto à Bossa Nova.

"A sonoridade que existe dentro de um palco - quando você está inserido com 95 músicos é uma experiência completamente diferente", diz Ramatis. "De repente, você percebe as nuanças e tons. É uma massa sonora tratando de tocar peças de um compositor brasileiro. Toda vez que eu penso em fazer o concerto me dá uma emoção e uma paz muito grande."

Rose diz que conhecia bem todo o repertório, e sempre cantou a maioria das musicas, a não ser Passarim, que foi seu grande desafio - e enorme emoção, com participação vocal - além do violão - do parceiro Ramatis."Era como ouvir Tom Jobim cantando", diz Rose Max, se referindo a Ramatis, que também cantava a música pela primeira vez. 

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"Foi uma coisa grandiosa, que a gente ouvia os sons, aquela massa sonora em volta da gente, e principalmente dando vida aos arranjos da música de Jobim", diz ela. "É uma música difícil - mas gosto muito porque Tom Jobim falava muito de ecologia antes disso virar moda, e essa música é um marca, uma denúncia social do que a gente está fazendo com a natureza".

O arranjo de Passarim também foi de Rafael Piccolotto. "Ele colocou toda uma densidade dramática", diz Rose Max. Passarim é uma das músicas do repertório junto à Orquestra Sinfônica Nacional de Cuba.

O quinteto da Bossa Nova Sinfônica que vai se apresentar em Cuba - Rose Max (voz), Ramatis (voz e violão), Carlomagno Araya (bateria), Mike Orta (piano), Jamie Ousley (baixo acústico) - vai abrir o Festival Cuba Disco, em 15 de maio, às 11 horas, no Teatro Nacional de Cuba. O concerto será regido pelo maestro da orquestra de Cuba, Enrique Perez Mesa.

"A excelência dos arranjos é tão grande que o maestro da Orquestra Sinfônica de Cuba faz questão de reger o concerto todo", diz Rose Max. "Jeremy Fox [integrante do BNS] vai como maestro coordenador".

Turismo. O responsável pela apresentação em Cuba é o brasileiro Robson Coccaro, um dos donos da empresa TOCA Eventos, que trabalha com turismo corporativo e produção de eventos, com escritório no Rio de Janeiro e em Miami. Este ano, ele abriu a TOCA Culture, uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo "de promover encontros culturais e intercâmbio artístico". "A gente tomou uma decisão de diversificar além de eventos corporativos e abrir uma empresa para fazer trabalho cultural", diz ele.

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E o primeiro projeto é levar a BNS para Cuba. "O projeto deles é uma coisa fantástica - levar a música de Jobim para qualquer lugar do mundo", diz Robson, que conhece bem o meio musical, apesar de não atuar mais no ramo.Estudou canto clássico na Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi cantor profissional no Brasil e em Miami, onde também já se apresentou com Rose Max e Ramatis, uma amizade de quase 10 anos.

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Mas Robson demorou uns dois meses com o CD da BNS nas mãos até conseguir escutar. "O carro dele não tinha CD aqui, então ficou sem poder ouvir", conta Rose. "Aí quando foi para o Rio de Janeiro, ouviu. Ele me ligou: 'Rose, o que é isso, a gente tem que fazer alguma coisa com isso'".

Isso aconteceu há dois anos, e só agora o sonho está se tornando realidade. E para quem também sonha em conhecer Cuba neste momento de transição do país e quiser acompanhar os músicos, assistir à apresentação e ainda fazer uma excursão turística, Robson criou a Caravana Bossa Nova Sinfónico em Havana para levar um grupo de turistas interessados. 

"É um projeto cultural de grande porte e um programa de turismo educacional", diz Robson. "A música de Jobim é universal e fornece a estrutura ideal para o nosso encontro musical Pan-Americano".

E, depois de Cuba, a próxima parada? Brasil, diz Rose Max e Ramatis. "Temos o sonho de levar esse concerto ao Brasil. A gente crê que o povo brasileiro vai admirar muito o Projeto Bossa Nova Sinfônica, principalmente gente que gosta de Tom Jobim, Bossa Nova e um público que gosta de música erudita e de jazz. O novo próximo objetivo depois de Cuba é o Rio de Janeiro - quem sabe fazer esse concerto na praia de Copacabana", diz Rose Max."Quem não sonha não realiza".

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Serviço: Para mais informações sobre a Bossa Nova Sinfônica, visite: www.bossanovasinfonico.com. Para mais informações sobre a TOCA Eventos: http://tocaeventos.com.br. Para reserva ou informações sobre os pacotes turísticos para Cuba e o concerto da BNS, mande e-mail para info@tocaevents.com.

Projeto Bossa Nova Sinfônica Rose Max - voz (Brasil) Ramatis Moraes- violão (Brasil) Carlomagno Araya - bateria (Costa Rica) Jeremy Fox - arranjos, coordenação dos arranjos e regência (EUA) Músicos convidados: Michael Orta - piano (EUA) e Jamie Ousley - contrabaixo (EUA) 

Twitter @chrisdelboni