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Restrição a passe estudantil causa protesto em Manaus

Por ALESSANDRA LEITE
Atualização:

O plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi invadido, no início da manhã de hoje, por líderes estudantis e sindicalistas ligados à Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), na tentativa de impedir a votação da emenda 10 à Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman), que reduz de 120 para 50 a quantidade do benefício da meia passagem aos estudantes. A emenda foi aprovada pela maioria dos parlamentares. Somente quatro, dos 34 vereadores presentes, votaram contra a restrição. De acordo com o vereador Fabrício Lima (PRTB), os estudantes poderão adquirir até 200 passes, desde que justifiquem apresentando documentos de matrículas em cursos complementares. "Não tinha necessidade dessa invasão. Eles não foram impedidos de entrar na Câmara", disse. Pelo menos 30 manifestantes entraram no plenário e jogaram frutas e tintas amarelas nas roupas dos vereadores. Alguns parlamentares trocaram agressões com os manifestantes e policiais da Guarda Metropolitana Municipal usaram spray de pimenta, inclusive nos corredores da Câmara. Segundo o presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Yann Evanovick, o grupo foi obrigado a radicalizar na postura por conta da dificuldade em negociar com os vereadores em favor do benefício. "Nós tentamos negociar, mas o circo já estava armado. Os vereadores estão ligados aos cofres do Sinetram", disse, referindo-se ao Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Manaus. Para tentar impedir a publicação da emenda no Diário Oficial do Município, os manifestantes seguiram em carreata, ao final da manhã, ao centro da cidade e ao Ministério Público Estadual (MPE). O impasse pela restrição da meia passagem começou quando representantes da entidade foram à CMM e atribuíram ao uso indiscriminado do benefício e às gratuidades os prejuízos dos empresários. Está previsto para fevereiro de 2009 reajuste da tarifa, que hoje é de R$ 2,00. A justificativa dos vereadores para a restrição é a tentativa de congelar a tarifa. O presidente da CMM, vereador Leonel Feitoza (PSDB), disse que não dificultou as negociações com os estudantes. "Dei espaço a eles e deixei que tentassem convencer os vereadores, mas eles preferiram agir com selvageria. A votação foi recomendação da Procuradoria da Câmara, acatada pela presidência. Quem agride jogando tinta, frutas, danificando o prédio público não merece credibilidade", afirmou.

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