Sérvios decidem entre orgulho e prosperidade em eleição-chave

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Por LJILJA CVEKIC
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Os sérvios vão às urnas no domingo em eleições que mostrarão se o chamariz de ingressar na União Européia supera sua aversão pela separação de Kosovo, apoiada pelas potências do Ocidente. São cerca de 6,7 milhões de pessoas. O país está dividido entre dois favoritos, o nacionalista Partido Radical e o pró-ocidental Partido Democrático, mas ambos deverão aliar-se com facções menores para formar uma coligação. Os países do Ocidente torcem pelos democratas. "Essas eleições são um referendo sobre deixar Kosovo ou lutar por ele. Esta é a única razão de eu ter vindo votar", disse um homem de 50 anos em Belgrado, que não quis dar seu nome. Acrescentou que votou a favor dos radicais porque é o único partido genuíno em seu compromisso de seguir lutando por Kosovo. Outro eleitor, Djordje Petrovic, disse que antes votava no Partido Democrata, mas que desta vez se decidirá por uma facção menor, mais liberal e também a favor das políticas do Ocidente. "Estou muito decepcionado com todas as promessas não cumpridas", afirmou. "Mas quem sabe as expectativas eram muito altas." Os radicais acredita que, desde a queda de Slobodan Milosevic, há oito anos, a proximidade com o Ocidente e as reformas apenas trouxeram aos sérvios humilhação e pobreza. São a favor de que as conversas para que a Sérvia entre na UE sejam congeladas, defendem a busca em outras regiões por mais investimentos e comércio e querem restaurar o orgulho nacional e estimular a reivindicação da Sérvia sobre Kosovo, que declarou sua independência em fevereiro. Os democratas defendem que o ingresso na UE é a única forma de atrair investimentos, criar mais empregos e elevar os índices de qualidade de vida, dado que os sérvios sofreram um duro isolamento durante a era de Milosevic.

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