Superávit primário desaba, mas Mantega garante meta

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Por ISABEL VERSIANI
Atualização:

Após a divulgação de uma forte deterioração das contas fiscais do setor público no primeiro semestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou os jornalistas nesta quarta-feira para reforçar o compromisso do governo com suas metas e antecipar uma "melhora gradual" dos resultados primários até o final do ano. Mantega afirmou que, "se necessário", o governo promoverá redução de gastos de custeio, mas, ao mesmo tempo, acenou com novas medidas de estímulo à economia e elevação de gastos sociais, sem dar detalhes. "Esperamos arrecadação maior, em função do crescimento da economia. Portanto, a situação fiscal vai melhorar gradualmente", disse o ministro. Ele acrescentou que a redução do resultado primário refletiu, além da desaceleração econômica, as medidas anticíclicas adotadas pelo governo para fazer frente à crise global. A economia feita pelo setor público brasileiro para o pagamento de juros caiu 57 por cento no primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2008 e atingiu o menor patamar em termos nominais em seis anos, segundo números divulgados pelo Banco Central. Em 12 meses até junho, o superávit primário foi equivalente a 2,04 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Mantega garantiu que a meta de superávit primário do ano, de 2,5 por cento, será cumprida "a qualquer custo" mas admitiu que o governo deverá usar, pela primeira vez, a prerrogativa de abater dela despesas com obras consideradas estratégicas. No total, as despesas com essas obras equivalem a 0,66 por cento do PIB, sendo que 0,5 por cento do PIB diz respeito ao chamado Projeto Piloto de Investimentos e 0,16 por cento às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que o governo também anunciou recentemente que poderão ser abatidas da meta. "Nós vamos cumprir à risca (a meta), com essa pequena modificação de PPI", afirmou Mantega. "Não vamos sacrificar os programas sociais, todos eles serão mantidos, alguns deles sofrerão, inclusive, alguma ampliação." (Edição de Daniela Machado)

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