'Todos os pontos da Rio+20 estão travados'

Declaração de representante de país sul-americano, após rodada de discussões informais para a pauta da conferência da ONU, expõe impasse

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Por Felipe Werneck e RIO
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Terminou com uma visita de ônibus "frescão" ao Riocentro, palco oficial da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, em junho, mais uma rodada de discussões informais para tentar "destravar" a pauta da Rio+20.Negociadores de 45 países se reuniram por dois dias no Palácio do Itamaraty, no centro do Rio. Indagada sobre que pontos estariam mais travados na discussão, a representante da chancelaria de um país sul-americano declarou: "Todos". Um dos problemas é a definição do conceito de economia verde. A discussão da proposta de criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é mais consensual, mas alguns países acham que será possível apenas lançar um processo na Rio+20, enquanto outros defendem que objetivos sejam traçados já na conferência.O representante de um país europeu avaliou que ambições diferentes causam uma situação em que um grupo defende um resultado mais político e simbólico e outro busca algo mais prático e tangível, com metas definidas. Em nota, o Itamaraty afirmou que "avançou-se no debate em torno dos principais temas da conferência - economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional do desenvolvimento sustentável". E disse que foram "consideradas propostas específicas, como o lançamento de um processo para o estabelecimento de objetivos de desenvolvimento sustentável e a criação de um piso de proteção socioambiental global". Segundo o Itamaraty, compareceram os principais negociadores de 45 países, além da Comissão Europeia. A reunião foi organizada pelo governo brasileiro. No Recife. Acadêmicos e políticos reunidos até amanhã no Recife para discutir temas da Rio+20 exigiram que a conferência não deixe a questão das mudanças climáticas em segundo plano.No ato de abertura do evento preparatório para o Rio Climate Challenge, que ocorrerá de 14 a 17 de junho, paralelamente à conferência da ONU, o presidente da subcomissão da Rio+20 no Congresso, deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), questionou: "Como se pode tratar de economia verde e boas práticas de governo sem falar de energias limpas?". O evento paralelo pretende simular cenários "com medidas realistas" a ser aplicadas para "evitar mudanças catastróficas" no ambiente, disse Sirkis, e propor temas para a COP-18. / COM EFE

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