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UE impõe sanções a 15 políticos e militares por crise na Ucrânia

Por JOHN ODONNELL E ADRIAN CROFT
Atualização:

A União Europeia ampliou nesta terça-feira as sanções à Rússia, impondo um congelamento de bens e uma proibição de vistos a 15 autoridades russas ou líderes rebeldes ucranianos, mas muitos países do bloco europeu relutam em dar um passo além e aplicar uma maior pressão econômica à Rússia. Entre os funcionários russos punidos pela UE estão o vice-premiê Dmitry Kozak e o general Valery Gerasimov, além de líderes separatistas do leste da Ucrânia. Empresários foram poupados. Agora já são 48 indivíduos sob sanções da UE por causa de atitudes vistas como prejudiciais à integridade territorial da Ucrânia. A chefe de política externa da UE, Catherine Ashton, disse que os acontecimentos no leste da Ucrânia contrariam o acordo alcançado neste mês em Genebra por representantes da Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e UE, com vistas a encerrar uma crise política que já dura quase seis meses. "Peço à Rússia agora que tome uma ação concreta para apoiar o acordo de Genebra", disse ela em nota. A Rússia insinuou que a União Europeia deveria se envergonhar por "seguir as ordens de Washington" e impor sanções à Rússia. O autoproclamado prefeito de uma cidade controlada por separatistas no leste da Ucrânia disse que só negociará a libertação de observadores militares tomados como reféns se a UE retirar as sanções aos líderes rebeldes. A crise na Ucrânia começou em novembro, quando o então presidente Viktor Yanukovich rejeitou um acordo de associação com a UE, preferindo uma maior aproximação com Moscou. Protestos populares pró-UE levaram à queda de Yanukovich e à instalação de um governo pró-ocidental, o que levou a uma rebelião no leste russófono da Ucrânia. Em fevereiro, a península da Crimeia votou por ser anexada à Rússia. O governo provisório da Ucrânia e potências ocidentais acusam Moscou de estimular o separatismo no leste ucraniano, o que o Kremlin nega. A UE, muito dependente do gás russo, até agora impôs sanções mais brandas do que os EUA, que na segunda-feira anunciou medidas contra mais sete indivíduos, inclusive Igor Sechin, presidente da estatal Rosneft, e a 17 companhias vinculadas ao presidente russo, Vladimir Putin. Washington também decidiu proibir a exportação para a Rússia de tecnologias que possam ter uso militar. (Reportagem adicional de Luke Baker, Barbara Lewis e Justyna Pawlak)

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