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UFRJ apresenta 'ratoeira' para mosquitos

Por Fabiana Cimieri
Atualização:

O professor do Instituto de Microbiologia da UFRJ, Maulori Cabral, apresentou hoje a "mosquitérica", engenhoca que funciona como uma "ratoeira genérica" feita com garrafas pet. Segundo ele, o experimento atrai as fêmeas de todas as espécies de mosquito, inclusive a do Aedes aegypti, para que coloquem seus ovos dentro dela, o que permite capturá-los, interrompendo o ciclo do vetor. A idéia já foi patenteada pela universidade, mas não houve nenhuma proposta de comercializá-la até agora. Segundo Cabral, a mosquitérica deve ser usada como uma "ferramenta educacional", ou seja, o primeiro passo deve ser sempre eliminar todos os focos dentro de casa. "Ela é um termômetro para saber se os vizinhos também estão fazendo a sua parte", disse ele. Qualquer pessoa pode fazer a sua mosquitérica com recursos caseiros. Para isso, precisa apenas de uma garrafa pet, tesoura, um pedaço de microtule, uns cinco grãos de arroz, lixa e fita isolante. O primeiro passo é cortar a garrafa pet em dois. Depois, lixa-se a face interna da parte em que ficou o gargalo. Esse procedimento tem como objetivo deixar a superfície mais áspera, de forma a aumentar a evaporação (a fêmea escolhe onde irá desovar pela evaporação). Em seguida, retira-se o anel do gargalo, cobrindo-o com o microtule e prendendo-o com o anel que foi retirado. A parte inferior da garrafa deve ser preenchida com água. Nela, são colocados os grãos de arroz triturados. A parte da garrafa pet que formou um funil deve ser colocada dentro da base com água e arroz. Por último, veda-se as laterais com fita isolante. "Estamos oferecendo para o mosquito comida, sombra e água fresca. Como a superfície áspera aumenta a evaporação, é um ambiente mais atraente do que a maioria dos focos", explicou o professor. Cabral quer incentivar o uso das mosquitéricas para diminuir o número de mosquitos no ambiente, já que ela é eficaz não apenas contra o Aedes aegypti. Apesar de o experimento ainda não ter sido publicado em nenhuma revista científica, o professor disse já ter feito estudos em escolas municipais de Saquarema (Região dos Lagos) e Macaé (zona norte), no Rio, que comprovaram sua eficiência na redução do número de mosquitos transmissores da dengue.

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