Ventos dão trégua na Califórnia e auxiliam ação dos bombeiros

Presidente Bush deve visitar áreas afetadas pelos incêndios nesta quinta-feira.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Os ventos que alimentam as chamas que há quatro dias devastam várias áreas do Estado da Califórnia começaram a perder força nesta quinta-feira, auxiliando o trabalho dos bombeiros. De acordo com o serviço de metereologia, os ventos Santa Ana, que chegaram a alcançar a força de um furacão, deram uma trégua e permitiram que as brigadas de incêndio pudessem atuar mais próximas às áreas afetadas. Mas apesar da trégua nos ventos, ainda não há previsão de chuvas. Maurice Luque, porta-voz do Corpo de Bombeiros do condado de San Diego, um dos mais afetados, disse à BBC que a situação está começando a ser controlada nas áreas urbanas de San Diego, mas que o interior ainda continua sendo consumido pelas chamas. "As temperaturas estão um pouco mais baixas, não há ventos, a umidade está aumentando em algumas áreas. Já em outras, o fogo ainda se espalha, queimando casas e forçando a evacuação de mais pessoas", disse Luque. Os incêndios na Califórnia já deslocaram mais de 1 milhão de pessoas e destruíram 1,5 mil casas. As autoridades estimam que as perdas materiais ultrapassem US$ 1 bilhão. Três pessoas já morreram e 38 ficaram feridas. Uma área de mais de 120 mil hectares, maior que a da cidade de Nova York, já foi destruída pelo fogo. Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, declarou zona de desastre na Califórnia por causa dos incêndios que estão atingindo o sul do estado americano. A declaração significa que mais verbas de emergência poderão ser enviadas ao estado, principalmente para pessoas que não têm seguro. A medida também libera a adoção de programas federais de longo prazo para recuperar a infra-estrutura local. A operação de retirada de moradores já é a maior feita nos Estados Unidos desde a passagem do furacão Katrina, que castigou a cidade de Nova Orleans, no sul do país, em 2005. Bush, que deve visitar a Califórnia na quinta-feira, disse que a população do sul do estado "pode descansar com a certeza de que o governo federal fará tudo o possível para ajudar a apagar esses incêndios". "Nós continuaremos a garantir que nossos esforços sejam coordenados e que possamos reagir às necessidades das pessoas." Segundo o correspondente da BBC em Washington, Justin Webb, a postura de Bush mostra que ele aprendeu uma lição com o Katrina. Webb afirma que, por mais que a Casa Branca pense que os governos locais devem arcar com a responsabilidade nesse tipo de situação, ficou claro para o presidente que o que ele fizer durante uma situação de desastre tem importância. "O que vemos agora, e que não vimos durante o furacão Katrina, é um grande esforço dos governos local, estadual e federal e das agências federais", disse David Paulison, diretor do órgão federal de coordenação de situações de emergência. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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