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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
8 min de leitura

Economia

O rombo da Previdência

Sempre fui a favor de um equilibrado assistencialismo social, ainda mais em um país com tanta desigualdade e miséria. Porém, há de convir que hoje em dia o sonho da carteira assinada foi substituído pelo emprego informal, que, junto com os benefícios dos programas sociais – muitas vezes eleitoreiros –, é mais rentável aos trabalhadores, principalmente àqueles sem formação profissional e de baixa renda. A isso, junta-se o aumento da expectativa de vida da população e os nem-nem (Estado, 4/1, B4). Fica fácil entender por que a conta não fecha.

Paula de Ribamar e Silva

paula@aninhagonzalez.com.br

São Paulo

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Protecionismo

Com produção em 2023 estimada pela Anfavea em 2.359.000 veículos e a um preço médio de R$ 140 mil calculado pela consultoria especializada Jato Dynamics, o segmento automotivo fatura algo próximo de R$ 330 bilhões. No atual sistema tributário de base de incidência sobre consumo, R$ 130 bilhões correspondem aos tributos aí incidentes. Natural, portanto, que o segmento pratique lobby junto ao governo e obtenha o indispensável protecionismo à indústria nacional.

Fauzi Timaco Jorge

fauzijorge@gmail.com

São Paulo

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IPVA 2024

Lá vem o imposto criado pelos Estados brasileiros com a finalidade de financiar os serviços públicos e investimentos em mobilidade urbana, trânsito e transporte. O que temos visto é a crescente arrecadação e novas tecnologias para monitoramento e penalização, enquanto crateras se abrem nas vias e estradas, semáforos estão quebrados ou piscando e temos congestionamentos colossais e milhares de motos em todas as direções. Para ajudar, o pagamento pode ser parcelado ou feito via Pix, o que ajuda os governos.

Carlos Gaspar

carlos-gaspar@uol.com.br

São Paulo

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Educação

Acesso a oportunidades

Excelente, o artigo do professor George Matsas (Racismo universitário, 3/1, A5). Considerar raça ou cor como qualidade trata-se de um erro fundamental, pois “privilegia” indivíduos e ao mesmo tempo desqualifica os seus iguais. Os indivíduos com boa formação pertencentes a um grupo racial privilegiado, que são em número progressivamente maior, quando forem exercer sua atividade profissional, serão desqualificados, pois considerados como colegas beneficiados por leis de proteção. A ideia de equalizar as oportunidades é boa, porém deve se iniciar precocemente na vida do aluno e ser extensiva a qualquer indivíduo desfavorecido pela pobreza, que é a única justificativa para corrigir o acesso a oportunidades. As pessoas com deficiências físicas também têm de ser lembradas, pois estas sim precisam de proteção da sociedade, como já existe no porcentual obrigatório de contratações nas empresas.

Gilberto Luis Camanho,

professor titular de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade

de Medicina da USP

gilbertocamanho@gmail.com

São Paulo

Aniversário

Jornalismo bem-feito

Parabéns por mais um ano de jornalismo bem-feito. Não é fácil ser imprensa no Brasil. Mas o Estadão segue fazendo isso. Ao longo de seus 149 anos o jornal sempre se pautou pela ética, pela busca pela verdade e pela narrativa dos fatos de forma objetiva para os leitores. A Academia Paulista de Letras se orgulha de ter entre seus acadêmicos – no passado e no presente – vários colaboradores do jornal.

Antonio Penteado Mendonça,

presidente da Academia Paulista de Letras

São Paulo

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Parabéns a toda a equipe do Estadão e à família Mesquita pela contínua evolução do jornal ao longo de tantos anos, mantendo sua posição independente, sempre a favor da liberdade e de uma economia liberal. Acompanho o jornal diário há 77 anos, desde que meus pais chegaram a São Paulo e recebíamos o exemplar em casa, e sou testemunha dos avanços gráficos e tecnológicos que ocorreram, sem mudar a orientação. Pena que no meio do caminho foi necessário suprimir alguns cadernos, como o Suplemento Cultural, o Estadinho e outros. Há 62 anos passei eu a ser assinante, o que me traz a satisfação diária de estar bem-informado e conhecer as opiniões do jornal e de seus articulistas sobre o que ocorre no País e no mundo.

Mario Ernesto Humberg

marioernesto.humberg@cl-a.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PARTIDOS POLÍTICOS

Alguém precisa explicar para os analistas políticos que o Brasil não é uma democracia. Quem escolhe os governantes são os partidos políticos sem qualquer participação da população nesse processo. Ao povo, cabe apenas a pífia tarefa de escolher entre os escolhidos pelos partidos. A Constituição criou um monstrengo ao dar poderes absolutos para os partidos. Ao contrário do que dizem, não é o povo que não sabe votar, são os partidos políticos que não sabem escolher, obrigam o povo a escolher entre o ruim e o pior, indicam pessoas sem qualquer gabarito para ocupar todos os cargos eletivos, inclusive e principalmente, a presidência da República. Os postulantes a cargos públicos deveriam ser aprovados em concurso público, sendo dispensados de filiação partidária. O Brasil não vai sair do pântano do terceiro mundo enquanto estiver refém da ditadura dos partidos políticos que só oferecem incompetência e corrupção.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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FERNANDO HADDAD

Meus cumprimentos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela capacidade de pesquisar e encontrar mais áreas de atividade no Brasil onde se consegue colocar mais impostos para manter privilégios e gastos com muita coisa dispensável que travam o avanço do Brasil.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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MINISTRO DA FAZENDA

Ministro Fernando Haddad, não sou nem PT – contaminado pelo sindicalismo arcaico da década de 70 que ainda não percebeu o novo mundo – nem da corrente de liberdade irrestrita para o capital fazer o que quiser. Me formei no “Fabianismo” da Escola de Economia de Londres. Persista. Não se entregue nem a Gleisi nem ao Centrão – que não tem nada de ideológico, só de “monológico” – e continue.

Eduardo Aguinaga

eduardo.aguinaga22@gmail.com

Rio de Janeiro

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RODRIGO PACHECO

Rodrigo Pacheco está sob pressão para manter o veto ao calendário de emendas do governo. Por um lado, luta para deixar Davi Alcolumbre como seu sucessor e assim agradar a Lula da Silva. Por outro, agrada o PT para poder disputar o governo de Minas Gerais em 2026. São essas especulações políticas que desanimam qualquer cidadão. Como podem 81 senadores não enxergarem o Brasil em meio a essas tergiversações? É para isso que se elegem, para fazer o jogo de interesses visando cargos e poder? Se o eleitor não se ater a esses desmandos, dificilmente teremos um Brasil melhor, pois esses senhores estão cada vez mais se distanciando dos interesses do povo.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS

Os eleitores americanos vão decidir este ano se desejam que os Estados Unidos continuem uma democracia ou se transformem em autocracia, sob o comando do neofascista Donald Trump, que já tentou um golpe contra a democracia em 6 de janeiro de 2021, imitada, no Brasil, por Jair Bolsonaro em 8 de janeiro de 2023.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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ATAQUES DO HAMAS

O Hamas sabia – quando atacou Israel – que haveria uma retaliação pesada. Sabia que muitos palestinos estariam expostos a riscos e poderiam morrer. Ainda assim, o Hamas prosseguiu com o seu plano sangrento. Fica claro que o grupo terrorista não liga para os palestinos. Mas sim, os usa como massa de manobra para arquitetar o terror!

Sérgio Eckermann Passos

sepassos@yahoo.com.br

São Paulo

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PRESIDENTE LULA

Com sua marcante jornada por 23 nações, as viagens internacionais do presidente Lula da Silva desenharam um panorama de sofisticação para o Brasil no cenário global. Sua presença carismática e diálogo diplomático contribuíram para fortalecer laços e promover uma imagem positiva do País. No entanto, em meio aos desafios internos, é imperativo que o presidente, com sua vasta experiência, direcione suas energias para questões domésticas. A atual conjuntura demanda sua liderança centrada na política interna, onde as necessidades e aspirações da Nação aguardam atenção prioritária. Essa mudança estratégica torna-se vital para consolidar conquistas e pavimentar um futuro resiliente.

Luciano de Oliveira e Silva

Luciano.os@adv.oabsp.org.br

São Paulo

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GOVERNO LULA

Executivo e Legislativo esperam por um novo embate. Como o Judiciário já julgou inconstitucional o orçamento secreto, Lula da Silva aproveitou a “deixa” e vetou o calendário de pagamentos dessa excrescência, recentemente atualizada para R$ 53 bilhões destinados ao pagamento de emendas. Imediatamente, o Centrão entrou em rota de colisão e resolveu devolver ao executivo a medida provisória que retoma a tributação da folha de pagamentos das maiores empregadoras do País. Desafetos à parte, na verdade, o Centrão quer reduzir o poder de barganha do executivo, colocando-o como refém para preencher o seu vazio e saciar seus desejos de consumo.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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TARCÍSIO DE FREITAS

Na condição de delegado de polícia aposentado assisto com indignação e uma ponta de incredulidade a posição e discurso do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sobre sua desconsideração com o emprego de câmeras no uniforme da polícia paulista. Apesar de conhecer a sua carreira militar – sempre um amanuense – e sua obscura passagem por governos petistas e pelo PMDB, e o assistir despontar como uma figura expoente do governo que incensou a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes da República, não me desaponto – apenas fico indignado – com os seus atropelos aos valores democráticos praticados em seu primeiro ano de governo. Assim como o petismo, não aprendeu nada com os erros e desatinos da sua gestão como governante da maior, mais rica e melhor aquinhoada – no aspecto civilizatório – dentre as unidades da Federação. Na condição de ex-policial – 1966 a 1996 – tive oportunidade de vivenciar períodos mais tenebrosos – percorri todo o período da ditadura militar, assisti o advento dos esquadrões da morte, assaltos a bancos e movimentos guerrilheiros – sem nunca perder o foco dos valores da democracia, incluindo o efetivo controle interno e externo dos órgãos policiais. Sobrevivi à mediocridade sucessiva das gestões da SSP/SP e sua submissão aos governantes de plantão – alguns corruptos, outros adeptos do jargão “bandido bom, é bandido morto”, e poucos que primaram pelo restabelecimento da normalidade democrática e a adotaram como prática da boa governança. Certa feita - delegado recente - fomos bater no gabinete do delegado-geral. Apesar de não o encontrar, deixamos registrado a nossa indignação com o rumo da gestão e remuneração das policiais estaduais. Hoje, não vejo nenhum oficial ou delegado de polícia insurgir contra os desmandos do atual governador do Estado – apenas para registrar, o uso de câmaras na farda partiu da lucidez de um grupo de oficiais e a ideia foi logo encampada pelo governador de plantão. Todo retrocesso, ainda mais grave quando consciente e voluntário, como esse adotado pelo governador do Estado e seu assecla na Secretaria da Segurança Pública é lamentável !

Noel Gonçalves Cerqueira

noelcerqueira@gmail.com

Paraná

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JOVENS NEM NEM

Alta taxa de jovens nem-nem agrava a situação da Previdência” (4/1, B4). Algo como “nem trabalha, nem estuda” possui um lado perverso que é o de pensar no futuro desta juventude. O verso da medalha da vida também é perverso quando lembramos dos idosos “nem-nem”, ou seja, “nem saúde, nem aposentadoria”, pois as filas do INSS refletem vários “nem”. Aposentadorias dignas para a velhice, atendimento médico honesto e leal. Jovens e idosos são colocados no mesmo saco de resultados esperados, pouco ou nada produtivos por vários motivos. O professor Jorge Boucinhas, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), agrava a crise afirmando: “O Brasil não soube capitalizar o bônus demográfico, e isso seria ideal para financiar um modelo atuarial como o nosso”. Um detalhe nunca esquecido e sempre lembrado nos artigos “de fundo” dos jornais honestos e leais: os brasileiros são altamente dependentes de políticos que, na “calada da noite”, colocam jabutis apoiados por tribunais de justiça do País. Preferem manter os “nem-nem” jovens e idosos no limbo que é Brasília, naquilo que Roberto DaMatta confirmou (Quando as comidas nos comem, 3/1, C5): “...não conseguimos mudar esse nosso Brasil concreto e vexaminoso na sua estadopatia geradora e mantenedora de pobreza, populismo e malandragem”. Nós estamos vivendo um eterno carnaval, no dogma da canção popular “Pão e Água”, na frase: “Corre a bola, rola o circo, alegria tudo, tudo é carnaval.”

Tibor Simcsik

prof.epm.tibor@gmail.com

São Paulo