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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Caso Juscelino Filho

Governo refém

Como pode um presidente da República como Lula, no seu terceiro mandato, político experiente, desacreditar a Polícia Federal (PF) do Brasil, que concluiu que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do União Brasil, usou emendas parlamentares, quando deputado, para beneficiar a si, seus amigos e sua família (informações já conhecidas há mais de um ano)? Que desmoralização ser refém de um partido ligado ao que há de pior na política do Brasil. Ruim fica para nós, também, que para nos livrarmos de Jair Bolsonaro tivemos de nos submeter a isso.

Jane Araújo

Brasília

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Filme queimado

Fico espantado com as notícias: Ministro das Comunicações é indiciado pela PF por corrupção (Estadão, 13/6), e o governo Lula espera que o União Brasil, partido de Juscelino, resolva o problema e indique a substituição do ministro. Quem nomeia ministros é o presidente da República, por indicação da base de sustentação, disso sabemos. Mas, quando alguém queima o filme ou tem o nome ligado a fatos suspeitos, para o bem do País o governo tem de se livrar da batata quente. Refém da situação é que não pode ficar.

Paulo Tarso J. Santos

São Paulo

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Mãos atadas

Já dizia a sabedoria política das antigas: “Não nomeie quem você não poderá demitir”.

Marcos Lefevre

Curitiba (PR)

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Exoneração

É com muito prazer que cumprimento o Estadão e seus repórteres investigativos e redatores que estiveram envolvidos na busca incessante de informações sobre os desvios de conduta do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, demonstrados nas séries de reportagens publicadas desde o ano passado e, também, na grande havida na edição de quinta-feira (13/6, A8 e A9). Esse esforço não foi em vão, pois, diante do indiciamento do ministro pela Polícia Federal, espera-se finalmente que Lula da Silva, que até então fez vista grossa para o caso, tome sem mais demora a decisão de exonerá-lo do cargo, a bem do serviço público.

Jorge Atique Cury

Barretos

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Greve nas universidades

Mar de promessas

Semanas e semanas de greve dos professores das universidades e institutos federais colocaram Lula da Silva em estado de alerta, em razão de sua já baixa aprovação pública. Então, estimulado por essa situação, o governo passou a prometer: a criação de mais dez câmpus federais, de mais oito hospitais universitários, obras de infraestrutura, abertura de mais vagas presenciais, aumento de concessão de bolsas, etc. (Estadão, 11/6, A14). Foi anunciado pelo governo um total de R$ 5,5 bilhões de investimentos para cobrir este mar de promessas. Dificilmente tudo será cumprido. Ao fim, qual deverá ser o porcentual do que Lula da Silva 3 realmente conseguirá entregar ao ensino superior?

José C. de Carvalho Carneiro

Rio Claro

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Educação e IA

‘ChatGPT vai à escola’

Sobre o artigo ChatGPT vai à escola, de Marcelo de Azevedo Granato (Estadão, 11/6, A4), no que se refere ao uso da inteligência artificial (IA) na produção textual, eu já vi desde a elaboração de conteúdos de e-mails até trabalhos acadêmicos e, pasmem, feedbacks de escrita literária. Minha opinião? Porcarias. Artificiais, prolixas e distantes dos deliciosos vieses (personalidades) da linguagem escrita. Além disso, este tema esbarra no dilema ético de configurar plágio e no fato de que, uma vez massificado no meio escolar – o lugar mais nocivo em que isso possa ocorrer –, deixará o aluno preguiçoso, desincentivando a prática do pensar, que é o motor da humanidade desde os primórdios. É claro que, por exemplo, a Medicina ganhou muito com a técnica com o passar dos anos, mas tecnologias substitutas da escrita são algo tranquilamente possível de ser dispensado. Até concordo com o direito de quem, no uso particular e sujeito ao vexame intelectual que os tais chats proporcionam – uma vez que não é preciso ser um expert diante de um texto feito por inteligência artificial para logo identificá-lo –, queira se valer dos tais artifícios num sentido de que não haverá mesmo como frear a novidade. Mas a utilização do ChatGPT em apostilas escolares pelo Estado de São Paulo é um péssimo exemplo, que solapa os avanços de uma área que nunca foi bem em nosso país.

André Luiz Ferreira dos Anjos

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

‘VAIDADES IDEOLÓGICAS’

Não conte com o governo para mudar legislação de aborto, avisa Padilha (Estadão, 14/6). Falta bom senso a governistas e oposição para resolverem o delicado assunto do estupro com gravidez. Testes sensíveis de sangue podem revelar gravidez a partir do sexto dia de concepção. A mulher que foi abusada sexualmente deve procurar ajuda médica imediata. Interromper a gravidez logo no começo, quando o embrião é apenas um aglomerado de células, poderia se considerar um ato legal. Após dez semanas, quando todos os órgãos estão quase totalmente formados, o aborto deve ser considerado um ato criminoso. Defender o direito de uma mulher estuprada de interromper uma gravidez indesejada, e preservar a vida do feto, são situações que devem ser resolvidas numa mesa de negociações, contando com a participação de autoridades no assunto, e devem estar acima de vaidades ideológicas.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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‘ONDA CONSERVADORA’

A onda conservadora que volta a aumentar aqui entre nós e igualmente em grande parte do planeta, possibilitou que fosse acelerado projetos que limitam delações e equiparam aborto ao homicídio. Essa tendência faz parte de uma ofensiva conservadora global que atinge até o Vaticano, em que o Papa Francisco, talvez de forma inconsciente, fez declarações homofóbicas que lhe obrigou a voltar atrás, tal a repercussão negativa de suas declarações.

José de Anchieta Nobre de Almeida

Rio de Janeiro

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PL 1.904

Contradição. Para dizer o mínimo, observem que a discussão a favor do aborto está sendo feita por pessoas que nasceram.

Fernando Geribello

São Paulo

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‘PARECE PIADA, MAS NÃO É'

Em nosso país o Congresso Nacional, repleto de congressistas com farta imaginação mas com o mínimo discernimento entre o que é correto e o que é patético, nos surpreende amiúde. Nesta quarta-feira, 12/6, a notícia que se sobressaiu no Congresso foi o Projeto de Lei do deputado teólogo e evangélico, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que, entre outas providências, equipara aborto ao homicídio, com pedido de urgência. Equipara a interrupção da gravidez após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, com pena de 6 a 20 anos de prisão. Ora, todos sabemos que o Brasil é um Estado laico, ou seja, sua legislação não segue nenhuma religião. Eu, pessoalmente, sempre tive a convicção de que a mulher é a senhora de seu corpo e só ela deve decidir o que acha melhor para si. Assisti ao debate entre os jornalistas do Estúdio I, da Globonews, e concordo que não cabe ao governo decidir sobre o que não lhe diz respeito. Eu sou casado e tivemos três filhos, eu sempre respeitando a decisão da minha esposa, uma vez que o ônus da gestação e do parto era dela. Na minha modesta opinião, nem eu, nem muito menos um deputado, pode decidir por aquilo que a minha esposa deseja para ela nesse campo. E temos também que levar em consideração as circunstâncias imponderáveis que ocorrem alheias à nossa vontade. Minha esposa não pretendia ter mais um filho depois do nascimento do segundo. Entretanto, uma série de ocorrências alheias à nossa vontade contribuíram para que ela engravidasse mais uma vez. E estamos contentes e orgulhosos com a nossa caçula. O PL do deputado foi de tal forma açodado, que no caso de um estupro, a pena da mulher, se abortar, será maior que a do estuprador. Parece piada, mas não é.

Gilberto Pacini

São Paulo

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‘NATUREZA RETRÓGRADA’

O Congresso está produzindo legislação de vários tipos, todos de natureza retrógrada para atender aos conservadores. O executivo está ausente e alheio por medo de brigar com o presidente da Câmara dos Deputados. O que chama a atenção é que o objetivo principal dessa campanha é a futura eleição da presidência da Câmara federal. Pouco importa se as saidinhas deixam de existir e punem presidiários já próximos do fim de suas penas, ou mulheres muito jovens que perdem o direito ao aborto nos casos que a medicina e a saúde recomendam. Mais um passo para o fim do poço neste nosso pobre país.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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STF

Surreal parece uma boa palavra para definir a situação vivida atualmente pelo Supremo Tribunal Federal no cumprimento de sua principal função que é a de guardião da Constituição Federal de 1988. Nestes tempos turbulentos em que vivemos, não surpreende que até a Suprema Corte venha sofrendo ameaças externas e internas capazes de provocar deformação institucional e, consequentemente, desvirtuamento de suas competências. Em uma perspectiva histórica, persiste uma crise institucional em que o Supremo parece ser composto de 11 supremos, como revela o editorial A hora escura do Supremo (Estadão, 4/4/18, A3), do qual cito este trecho: “Esse tribunal vem se esforçando para dar ao País a impressão de que ali não vigora apenas uma Constituição, a do Brasil, mas sim 11 ‘constituições’, cada uma criada por um ministro”. Minha preocupação maior é que o protagonismo de um magistrado, eventualmente guardião das irmãs siamesas corrupção e impunidade, venha dificultar “a construção e o efetivo alcance de uma sociedade fraternal, pluralista e sem preconceitos, tal como previsto no preâmbulo da Constituição Federal que perpassa, inequivocamente, pela ruptura com a práxis de uma sociedade calcada no constante exercício da dominação e desrespeito à dignidade da pessoa humana” (A Constituição e o Supremo, no portal.stf.jus.br). Para que só a Constituição do Brasil vigore será necessário: que o STF se torne autêntico colegiado e deixe de ser um aglomerado ou arquipélago de onze ilhas; que os magistrados se comportem como juízes e não legisladores nem políticos e não transformem o STF em caixa preta com suas aleatoriedades e discricionariedades; que a natureza institucional do Supremo não seja turvada pelo protagonismo individual de qualquer ministro. Abrir-se-á então uma porta para que a Justiça reine em nosso País.

João Pedro da Fonseca

São Paulo

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GESTÃO LULA

O presidente Lula continua atrapalhando a economia do País. Para acalmar o reboliço instalado no mercado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou em cortar gastos governamentais, como qualquer cidadão normal faria quando as contas estão no negativo. Já o presidente Lula, em discurso em evento na Europa, ignorou a urgência de corte de gastos e insuflou os brasileiros a cobrarem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a baixar os juros, com o consequente aumento da gastança. Na verdade, Lula não cansa de errar, com discursos inapropriados ele se mostra perdidaço, fazendo o dólar subir e a bolsa de valores cair. É o próprio trapalhão de plantão. Pobre Brasil.

Júlio Roberto Ayres Brisola

São Paulo

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O RUSSO

Simone Tebet e Fernando Haddad anunciam “revisão ampla, geral e irrestrita” de gastos. Como disse Garrincha, já “combinaram com os russos” – no caso, o presidente Lula?

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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POLÍTICA BRASILEIRA

O governo do PT e, em geral a mentalidade da esquerda brasileira – mentalidade esta que conduz toda a legislação penal brasileira – é de uma eterna vitimização de bandidos e marginais. Aliás, mais fácil vitimizar todo mundo em vez de dar instrumentos de verdadeira promoção social, no caso, educação pública de qualidade. Algo que não interessa aos governos brasileiros. Pobreza e ignorância: o combustível pleno da esquerda no seu exercício de eterno populismo político. Toda a população brasileira quer o endurecimento das leis brasileiras contra a criminalidade. Bandido no Brasil só recebe benesses de leis covardes e lenientes com a bandidagem. O Brasil precisa de uma nova Constituição que retire todas as leis penais, temas caros para a população – como a segurança pública –, que foram inseridas na Constituição quando deveriam ser objeto apenas de leis ordinárias em nível Estadual ou até municipal. Crimes bárbaros que deveriam ser punidos com pena de morte – com prisão perpétua –, levam séculos para serem julgados, e no final inexiste qualquer justiça por parte de um Judiciário que custa bilhões à Nação. Judiciário totalmente inepto e ineficiente. No Brasil inexiste federação, apenas um Executivo federal e um Judiciário espúrio que atrapalham a vida das pessoas em todos os níveis.

Paulo Alves

Rio de Janeiro

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‘FUNDO DO POÇO’

Se o Brasil fosse regido pelo sistema parlamentarista, Lula, como hoje está sem maioria no Parlamento, sofrendo humilhantes e justas derrotas, como neste fatídico 12 de junho, teria perdido seu mandato. Tal o estrago que faz na sua gestão quando, neste mesmo dia 12, em evento no Rio, diz que vai equilibrar as contas públicas com mais arrecadação (como tenta, com a alta de impostos) e queda dos juros, como se o Banco Central fosse serviçal de seu governo e reduziria juros na canetada. Ou seja, ser austero e promover o equilíbrio fiscal, nada, na fala deste filho de Garanhuns. Mas, continuar com a sanha altamente irresponsável de gastar sem ter recursos é seu único objetivo. Desta forma, e mais uma vez, desmoraliza e frita seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Verdade mesmo é que Lula acaba de jogar seu governo no fundo do poço e, definitivamente, também a confiança do mercado. Será que vai conseguir terminar seu mandato?

Paulo Panossian

São Carlos

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BANCO CENTRAL

Uma das esperanças da minha geração era que o Brasil tivesse um Banco Central autônomo, “justamente para ser protegido das naturais pressões políticas e, assim, poder tomar medidas impopulares se for o caso”, como diz o editorial Campos Neto e os freios republicanos (Estadão, 13/6, A3). Infelizmente, o escolhido para assumir essa autonomia não entendeu esse propósito, agindo sistematicamente de forma política e contrária ao pensamento do governo federal, gerando insegurança no mercado.

Jorge de Jesus Longato

Mogi Mirim

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O fenômeno El Niño está chegando ao fim com as águas do Pacífico voltando à sua temperatura média. Foi por causa desse fenômeno que ocorreram secas no Norte do País e as enchentes no Rio Grande do Sul. Contudo, no segundo semestre, as previsões atualizadas indicam 69% de probabilidade de o fenômeno La Niña também gerar eventos climáticos extremos, só que de modo inverso: aumento de chuvas no Norte e Nordeste e tempo mais seco no Sul. Gostaria de pedir ao nosso governo que, dessa vez, aproveitando os meses que temos pela frente, se prepare de forma adequada ao invés de simplesmente ficar torcendo para que a possibilidade de 31% de não ser algo relevante se concretize. Assim, Lula poderá fazer sua já esperada sessão de fotos sobre as localidades que salvou do pior ao invés de no meio de escombros.

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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BARRA DA TIJUCA

O urbanista e arquiteto Lúcio Costa devia ser canonizado como um santo: ele salvou a Barra da Tijuca e, principalmente, o jardim oceânico. Agora há um movimento de se aprovar leis para permitir a verticalização do bairro, na desculpa de melhorar os deslocamentos. A verdade é uma só: a verticalização só beneficia os construtores e a especulação imobiliária. Rezemos para o novo santo Lúcio Costa, quem sabe ele nos ajuda lá de cima?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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TRENS NO METRÔRIO

Observo que os trens do MetrôRio entram na área de plataforma das estações e delas saem em alta velocidade. Tal procedimento é extremamente perigoso já que as plataformas não são protegidas e isoladas pelo anteparo de acrílico, à semelhança de algumas estações na cidade de São Paulo. Qualquer vacilo do usuário, por menor que seja, pode ser fatal. Quanto mais cheia a plataforma estiver de passageiros, maior é o risco. Seria muito importante, e talvez a solução do problema, se fosse reduzida a velocidade do trem no trecho em questão.

Marcelo de Lima Araújo

Rio de Janeiro

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SELEÇÃO BRASILEIRA

Vendo os últimos jogos de nossa seleção, penso que o seu problema não é o treinador. Estamos num período de entressafra, onde são raros os jogadores diferenciados. O time atual é composto na sua grande maioria por jogadores medianos e alguns até medíocres. Muito abaixo daquele grupo que nos deu a última Copa do Mundo em 2002. Decididamente não dá pra comparar o time que tinha, entre outros, Cafu, Lúcio, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Rivaldo com o time de hoje.

Sylvio Belém

Recife