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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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9 min de leitura

Crise climática

Governo negligente

Este ano estamos enfrentando a maior seca dos últimos 44 anos e os incêndios estão destruindo uma enorme área do País. Agora eu descubro que os servidores do Ibama ficaram quase sete meses em greve este ano. Ou seja, nenhum iluminado que poderia ter resolvido essa pendência de imediato e se preparado para esta seca – que já era previsível – teve a sensibilidade de alertar as autoridades para a destruição que se avizinhava? Para onde quer que se olhe, vê-se que este governo é despreparado. Muito ruim.

Aldo Bertolucci

São Paulo

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Ajuda internacional

É preocupante ver a extensão e a gravidade dos incêndios e a precariedade dos nossos recursos para combatê-los. As reportagens mostram pequenos aviões, socorristas exaustos e a população utilizando prosaicos baldes de água. Sem prejuízo das medidas governamentais e do esforço dos nossos profissionais e voluntários, fica claro que não estamos dando conta de combater eficientemente os milhares de focos. Penso nas inúmeras vezes em que a comunidade internacional (Brasil incluído) se mobilizou para enfrentar tragédias e eventos extremos. Já não seria hora de o Brasil – Lula em particular – utilizar seu prestígio e humildemente pedir ajuda aos países que dispõem dos recursos e da tecnologia que nos faltam?

Emmanuel Publio Dias

São Paulo

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‘Desafio humanitário’

Diante da destruição da Amazônia, cabe destacar o que disse em entrevista ao Estadão/Broadcast (11/9) Manuel Reyes-Retana, diretor regional para a América Latina da International Finance Corporation (IFC), braço de financiamento do Banco Mundial, que acaba de integrar o Brasil entre suas atribuições diretas, envolvendo empresas que querem fazer concessões e doações para a recuperação de terras degradadas: “A Amazônia é o que chamamos de bem público mundial. Não é somente a floresta, é um desafio humanitário. Queremos ter certeza de que o que fizermos na Amazônia não se restrinja a evitar impactos negativos na floresta, mas que tenham impacto positivo”. Suas palavras, com efeito, não poderiam soar mais oportunas.

J. S. Decol

São Paulo

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Horário de verão

Sob análise do governo

Enquanto o Brasil está sendo consumido pelas chamas que destroem nossas matas e os biomas dos quais dependemos para sobreviver, discute-se em Brasília o retorno do horário de verão. Fica-se com o sentimento de perplexidade, de que há mais políticos no governo voltados para os seus interesses pessoais do que estadistas que visam ao bem da sua pátria. Resta-nos desejar que Deus seja brasileiro.

Milton L. Gorzoni

São Paulo

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Arcabouço fiscal

Não vai sobrar nada

Logo, logo, não teremos mais despesas para colocar no arcabouço fiscal: o programa Pé de Meia já está fora, o Auxílio Gás será retirado e, agora, o ministro Flávio Dino quer tirar do arcabouço também os gastos com o combate aos incêndios.

Vital Romaneli Penha

Jacareí

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Ministro Flávio Dino

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino quer tirar despesas de combate a incêndios do limite de gastos do arcabouço fiscal. Muito bem, ministro. Agora, o senhor só precisa decidir se vai continuar como ministro do STF ou se a saudade bateu e quer voltar a ser ministro do governo. Os dois não dá.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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Eleição em São Paulo

Voto útil

Pesquisa qualitativa de intenção de voto em São Paulo realizada pelo Instituto Travessia confirma a enquete do Datafolha: após um entusiasmo e curiosidade iniciais, Pablo Marçal retrocede, na medida em que o eleitorado percebe suas intenções aventureiras, que nada têm que ver com a administração municipal. Enquanto isso, Guilherme Boulos continua veiculando ideias velhas e demagógicas de uma esquerda que não se renova, espantando a centro-esquerda desejosa de uma atitude mais moderada e progressista, e estaciona nas pesquisas. O que sobra é o recurso já conhecido: na falta de opção satisfatória (outros candidatos não decolam), e para não correr riscos, parte do eleitorado vai votar em quem conhece, ou seja, no atual prefeito, Ricardo Nunes. São Paulo merecia coisa melhor.

Luciano Harary

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

AMEAÇAS

A PF contra-ataca (Estadão, 13/9, A9). Eliane Cantanhêde, em sua corajosa coluna, relata os ataques feitos pelos golpistas bolsonaristas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal, o diretor Andrei Rodrigues e o delegado Fábio Álvarez Shor. Terroristas antidemocratas atentando contra as famílias de policiais e de juízes da Suprema Corte de Justiça da Nação! Onde eles pensam que estão? Numa republiqueta de bananas, que tem medo de arruaceiros? Uma coluna antológica para fazer parte de livros de história do Brasil, para que ataques aos Poderes de um Estado Democrático de Direito nunca mais aconteçam no Brasil.

Paulo Sergio Arisi

Porto Alegre

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ANDRÉ JANONES

O deputado André Janones e mais dois assessores são indiciados pela Polícia Federal por peculato, associação criminosa e corrupção passiva, por suspeita de rachadinha. O assunto é velho, enquanto a Justiça dorme, esse cidadão teve tempo de se reeleger e no Conselho de Ética, cujo relator foi o deputado Guilherme Boulos, foi absolvido. Como se vê, a novela é longa. E até o assunto ser resolvido no STF dará tempo do sujeito terminar o mandato e se aposentar com todas as benesses do cargo. Vamos falar sério, é ou não é um tapa na cara do cidadão que trabalha e vê seu dinheiro financiando parasitas de Norte a Sul, sabendo que eles riem dos seus eleitores?

Izabel Avallone

São Paulo

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LEWANDOWSKI

Onde está Wally, perdão, o ministro Ricardo Lewandowski?

Roberto Solano

Rio de Janeiro

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FACETAS

Lula descumpre promessa e entra de cabeça em disputa pela sucessão de Arthur Lira (Estadão, 13/9, A2). Nada a estranhar. Falta de palavra é mais uma das facetas do caráter pernicioso de Luiz Inácio.

Maurílio Polizello Junior

Ribeirão Preto

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CRÍTICAS AO BC

A constante e inexplicáveis críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não se dá pelo comportamento técnico do atacado, mas sim pelo rancor que Lula e o PT ainda guardam do avô do presidente do Bacen, ministro Roberto Campos, o qual entre suas sábias intervenções estava a de esculhambar o PT em suas manifestações políticas e econômicas, sempre lembrado o debate com Marco Aurélio Garcia , alter ego do partido.

Mário Cobucci Júnior

São Paulo

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8 DE JANEIRO

Em vez de anistia para aquelas pessoas que praticaram a violência e atos contra o Estado de Direito no dia 8 de janeiro, cabe sim pressionar a Justiça a fim de que os financiadores e mandantes das mesmas ações terroristas sejam também presos e condenados pelos seus crimes.

Sylvio Belém

Recife

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SALÁRIO MÍNIMO

A política de valorização do salário mínimo dos governos petistas é extremamente prejudicial às finanças nacionais. Desorganiza a economia trazendo pesados ônus. E o principal é que não resolve o problema do trabalhador. Infelizmente, nossa classe empresarial usando o aumento dado reajusta seus preços de forma abusiva e usa como argumento o aumento real dado. Então é na verdade fator preponderante na inflação e vai penalizar diretamente quem recebe. Está na hora de acabar com esta política demagógica que tanto mal faz. Aliás, nunca deveriam ter proposto isto. Óbvio que não é apenas isto que recrudesceria a inflação. Há que se pensar nos salários praticados no serviço público principalmente nos salários abusivos praticados pelo Legislativo e Judiciário de todos os níveis, bem como no Executivo também nas chamadas carreiras de Estado. Um corte linear ou limitando seus valores ao que recebe o presidente da República seria muito benéfico às finanças públicas.

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira

Rio de Janeiro

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TRANSPARÊNCIA SALARIAL

Não entendo como pode funcionar a transparência salarial entre homens e mulheres nas empresas privadas. Na verdade, entre homens e homens, e, também, entre mulheres e mulheres. Explico. Meu setor é o de agências de comunicação. Para exemplificar, numa agência, na área de criação, existem os diretores de arte e redatores, que formam as duplas de criação. Algumas duplas cuidam, às vezes, de um só grande cliente, outras, de vários clientes menores. As duplas com responsabilidade maior, evidentemente, são formadas por profissionais mais experientes, mais rodados, mais premiados internacionalmente e, portanto, percebem salários mais elevados. Outras duplas, onde a exigência de qualificação não é tão apurada, evidentemente, percebem salários mais baixos. Em ambos os casos, as pessoas que formam as duplas recebem a mesma denominação: diretores de arte e redatores. Portanto, pela lei de Transparência Salarial deveriam ganhar o mesmo salário, porque, teoricamente, exercem a mesma função. Mas, não é isso o que acontece na prática e nem nunca vai acontecer. Por quê? Porque um médico não é igual a outro médico, um engenheiro não é igual a outro engenheiro, um diretor de arte não é igual a outro diretor de arte, e um redator não é igual a outro redator. Sejam eles homens ou mulheres.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

Salvador

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DIA DO CERRADO

11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado. Lamentavelmente, não tivemos o que comemorar. O Brasil arde em chamas. O segundo maior bioma do mundo, pelo o que vem sofrendo, em breve só existirá nos livros, celulares e computadores. A agropecuária é a responsável maior pela morte desse espaço mais rico em biodiversidade. Pode parecer tolice dizer que as gerações futuras terão dificuldades para ver espécies animais, vegetais e água brotando da terra para formar rios, córregos e ribeirões. Tudo isso já está escasso, mas parece que os gananciosos que desmatam, fazem queimadas, poluem o solo e a água não estão preocupados com o que vem acontecendo com o nosso planeta, o aumento da temperatura e a diminuição das águas. Consciências senhores, para que possamos continuar vivendo nesse planeta é preciso que conservemos e cuidemos bem de nossa flora e de nossa fauna. Voltei onde vivi a minha infância, bateu-me um desespero, a terra estava coberta por soja, e das árvores retorcidas, não sobrou um pequizeiro.

Jeovah Ferreira

Taquari

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INÉRCIA

Uma vez que o Brasil não tem condições de cuidar das nossas florestas, do Pantanal e serrados, o nosso Congresso está ocupado com a anistia deles mesmos, pelos crimes do passado e prevenir os do futuro. Que tal pedir aos europeus e americanos que nos adotem e cuidem do nosso país antes que nós sejamos queimados pela inércia do nosso próprio governo?

Cecilia Centurión

São Paulo

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AGRONEGÓCIO

Uma análise custo-benefício do agronegócio chegaria à conclusão que o agro é inviável, os custos são muito maiores que os benefícios. O agro custou a destruição de milhões de quilômetros quadrados de vegetação nativa suprimidas desde que Portugal invadiu o que viria a se torna o Brasil. Além da erradicação da Mata Atlântica, do Cerrado, do Pantanal e agora da Amazônia também, o agronegócio contamina os rios com agrotóxicos banidos no mundo inteiro, não contente, o agro está erradicando todos os principais rios brasileiros para irrigar a lavoura. Como se não bastasse tudo isso, o agronegócio tornou o País inteiro insalubre poluindo o ar com a fumaça tóxica das queimadas, que visam a eterna expansão da fronteira agrícola. O custo do agronegócio: destruição ambiental, falta d’água, água e ar emprestáveis. Benefício: algumas centenas de grandes produtores rurais conseguem trocar de picape todo ano depois de pegar o financiamento barato no Banco do Brasil. A conclusão é que o Brasil estaria muito melhor sem o agronegócio com o Banco do Brasil financiando projetos que deem certo e não precisem de novos financiamentos todo ano.

Mário Barilá Filho

São Paulo

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CONFLITO ISRAEL-HAMAS

Nas manifestações pró-Gaza ao redor do mundo, o objetivo é varrer Israel do mapa: do rio até o mar, massacrando os judeus que se encontram no meio. Por acaso, algum dos manifestantes se preocupa com o que pensa a população de Gaza? Ora, nem todos os números provenientes de Gaza são falsos ou destinados à propaganda. Uma pesquisa séria do Arab World for Research and Development que acaba de ser publicada revela insights significativos sobre o cenário político em Gaza. Se as eleições fossem realizadas amanhã, o Hamas não sairia vitorioso, uma vez que o apoio à organização caiu para apenas 6% da população. Além disso, 40% dos entrevistados agora preferem que uma autoridade palestina lidere o acordo quando a guerra terminar. Notavelmente, 82% dos palestinos expressam o desejo de realizar eleições após o conflito, embora quase um terço deles não queira que nem o Fatah nem o Hamas assumam a liderança. A pesquisa também indica que 74% dos habitantes de Gaza consideram aceitável a supervisão internacional ou árabe da fronteira com Rafah até que um acordo permanente seja alcançado. Ademais, a maioria dos habitantes de Gaza, assim como a maioria dos israelenses, deseja um cessar-fogo. No entanto, Gaza continua sob o controle do Hamas, uma organização considerada terrorista, o que deixa muitos habitantes céticos quanto à possibilidade de se alcançar qualquer forma de paz e qualquer tipo de eleição ou governo democrático. Hoje, o maior sonho dos habitantes de Gaza não é acabar com Israel, mas ver-se livre do Hamas. Por que ninguém se preocupa com o que esses palestinos tanto almejam?

Jorge Alberto Nurkin

São Paulo

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TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Meus cumprimentos ao comentarista de economia do Estadão, Celso Ming, pelo artigo Teologia da Prosperidade (Estadão, 12/9, B2), em que tratou com propriedade a diferenciação existente entre o espírito capitalista das igrejas evangélicas e o que pregam as igrejas católicas. As primeiras difundem a versão de Max Weber -A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de 1904, em que a pobreza é retratada como atraso de vida a ser erradicada da vida das pessoas. O empreendedorismo e o enriquecimento são sinais da graça divina, concedida àquele que se esforça, cultiva os bens materiais e se torna patrão de si mesmo. O importante é o trabalho e o suor para ascender na vida. Do outro lado, o catolicismo dos primeiros jesuítas no País, que prega o desprendimento dos bens materiais. Há quem diga que o maior desenvolvimento dos países de colonização protestante em comparação aos de fé católica está justamente aí.

J. S. Decol

São Paulo

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DIDÁTICO

Prezado sr. Ming, meus cumprimentos. Muito didática a sua explicação datada do dia 12 deste mês sobre inflação, juros, demanda, consumo e desemprego. Para nós brasileiros, utilíssimas.

Cesar Eduardo Lauandos Girard Jacob

São Paulo

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MEMÓRIA

A radicalidade de Inez (Estadão, 13/9, A4). Simon Schwartzman, agradeço compartilhar o lindo e emocionante relato.

Luiz Armando de Carvalho

São Paulo