PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Coluna do Estadão

| Por Roseann Kennedy

Roseann Kennedy traz os bastidores da política e da economia, com Eduardo Gayer

Lula descumpre promessa e entra de cabeça em disputa pela sucessão de Lira

Presidente faz negociações dentro de seu gabinete no Planalto após dizer que não repetiria ‘erro’ de Dilma

PUBLICIDADE

Foto do author Eduardo Gayer
Foto do author Roseann Kennedy
Atualização:

Em um movimento considerado arriscado até por aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou a disputa pela presidência da Câmara para dentro de seu gabinete. Importantes negociações para a sucessão de Arthur Lira (PP) têm acontecido no Palácio do Planalto, contrariando a promessa do próprio presidente de que não iria interferir no processo. Nesta quarta-feira, 11, por exemplo, recebeu o líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento.

PUBLICIDADE

Em 26 de agosto, Lula afirmou a líderes da Câmara que não iria repetir o “erro” de Dilma Rousseff porque isso “sempre dá errado”. Em 2015, a ex-presidente apoiou Arlindo Chinaglia (PT-SP) para concorrer ao comando da Câmara contra o deputado Eduardo Cunha, que venceu e autorizou a abertura do processo de impeachment.

Apesar da declaração, Lula recebeu, dias depois, o líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), que entrou na disputa pelas mãos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e pelo presidente de seu partido, Marcos Pereira (SP).

Antes, Lula já havia pedido pessoalmente ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, para retirar a candidatura de Antonio Brito e apoiar Pereira. Kassab negou o pedido, o que o presidente do Republicanos, com quem Lula também havia se reunido, a renunciar à candidatura em favor do aliado Motta.

Lula, é verdade, não declarou apoio público a nenhum candidato. Mas tem conduzido a sucessão na Câmara tal como dizia que Lira deveria fazer. A seus articuladores políticos, o presidente orientou ser preciso unificar as candidaturas dos deputados. Até agora, porém, o cenário é de um enfrentamento entre Hugo Motta (Republicanos) e Elmar Nascimento (União Brasil) ou Antonio Brito (PSD). Ou seja, um racha no Centrão.

Publicidade

“O presidente Lula vai manter a sua postura de respeitar o processo interno da Câmara, de discutir entre líderes, entre as bancadas partidárias, qual a melhor solução, qual o nome que possa unificar a maior parte dos parlamentares”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, confirmou a agenda e disse que Lula está aberto a receber os candidatos às presidências da Câmara e do Senado.

O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Foto: FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.