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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Por Fórum dos Leitores
9 min de leitura

Governo Lula

General Tomás Paiva

Em maio de 1946, o vice-almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva (1889-1976), engenheiro de formação, então representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da recém-criada ONU, propôs ao governo brasileiro a criação de um Conselho Nacional de Pesquisa, o atual CNPq, quase destruído durante o último governo. Neste ano de 2023, em que presenciamos fatos tão grotescos que nos encheram de tristeza e vergonha, é sempre bom nos lembrarmos dos bons exemplos que fizeram e ainda fazem a diferença. No último sábado, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva foi indicado para assumir o comando do Exército brasileiro. Vejo no general Tomás um elo com o vice-almirante. Ao defender o respeito à democracia e ao voto emanado das urnas, o general Tomás afirmou, durante cerimônia em homenagem aos militares mortos no Haiti, que o sistema democrático garante políticas públicas. Aqui está a semelhança. Após 47 anos da morte do nosso vice-almirante, cuja visão e pensamento ultrapassaram, por muito, as fronteiras de seu tempo, ouvimos do chefe do Exército brasileiro sua preocupação com as políticas públicas. Esse é o verdadeiro exemplo de que a carreira militar pode e deve caminhar lado a lado com o exercício da democracia e da cidadania. Só assim o Brasil poderá se transformar na grande potência que merece e deve ser. Que possamos trilhar esse caminho em harmonia.

Silvia Helena Pires Serrano,

professora associada do Instituto de Química da USP

shps@iq.usp.br

São Paulo

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Indicações

O novo governo designou funcionários com respeito à especificidade de seus cargos, contrapondo à excessiva generalização promovida por Jair Bolsonaro.

Arnaldo Mandel

amandel@gmail.com

São Paulo

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Carf

Muito oportuno o artigo de Celso Ming sobre o restabelecimento do voto de qualidade no Carf (Na dúvida, contra o contribuinte, 22/1, B2). Na verdade, o novo governo quer voltar a jogar com cartas marcadas. Se soubesse que o jogo seria sério, não estaria já contando com o lucro de R$ 50 bilhões.

Rosangela Delphino

touligada@hotmail.com

São Paulo

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Educação

Ensino integral

No editorial Meta necessária (22/1, A15), o jornal exalta a determinação do MEC de expandir o ensino em tempo integral para todo o ensino básico. Se de fato essencial, a necessidade exige priorizar com inteligência. E a intenção de começar pelo ensino médio, deixando por último os anos iniciais do ensino fundamental (sem tocar no ensino infantil), revela prioridades invertidas em relação às melhores práticas mundiais. O ensino integral deveria começar primeiro para as crianças mais novas, liberando oferta de trabalho de seus pais ou responsáveis e garantindo que os alunos tenham mais chance de seguir com as competências necessárias ao longo de sua trajetória educacional. Para os adolescentes, além de defasagens acumuladas mais difíceis de serem revertidas, a escola em tempo integral pode rivalizar com o trabalho em tempo parcial – muitas vezes necessário para o sustento de famílias de baixa renda –, empurrando esses jovens para fora da escola.

Guilherme Lichand,

professor assistente de Educação da Universidade Stanford

glichand@gmail.com

São Paulo

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Aniversário da cidade

São Paulo

A maior cidade da América Latina está fazendo aniversário. São 469 anos de muitas mudanças desde o seu nascimento. O que era para ser uma cidade limpa, bonita e tranquila tornou-se o pior lugar para viver. Nas ruas já não cabem os carros, a poluição mata cada vez mais. Nas calçadas não se anda com segurança. Além dos buracos, pessoas moram em barracas, fazendo com que o pedestre tenha que se desviar. E, para aumentar nosso pavor, os ladrões. Quem pode blinda seus carros e contrata seguranças, quem não pode vira refém de bandidos. E o poder público? Cada vez mais aumenta os impostos, os serviços estão piores. E a sensação do cidadão paulistano é a de que está abandonado por aqueles que deveriam protegê-lo. Parabéns, São Paulo, és uma cidade que não dorme, acolhe a todos, indistintamente, mas é visível seu esgotamento.

Izabel Avallone

izabelavallone@gmail.com

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

DESCASO COM YANOMAMIS

As imagens de vários índios Yanomamis em estado avançadíssimo de desnutrição são chocantes. Nem dentre os mais miseráveis moradores de rua nos quatro cantos do País se viu ou se vê uma coisa dessas. Não foi da noite para o dia que essa situação deplorável aconteceu e esses também não são casos isolados. Houve descuido e desprezo flagrante por essa comunidade por muito tempo, mais que suficiente para que providências pudessem ter sido tomadas a tempo. Tamanho descaso, seja de quem tenha sido, não pode passar desapercebido.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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GARIMPO ILEGAL É OBSTÁCULO

Parabéns ao governo Lula por decretar emergência em reserva Yanomami e prover atendimento rápido aos índios, principalmente às crianças indígenas, vítimas do verdadeiro genocídio estimulado pelo governo Bolsonaro. O governo deve agir com a mesma rapidez para cessar imediatamente todas as atividades de garimpo ilegal que estão na raiz dos problemas que os índios enfrentam. As balsas de mineração são alvos fáceis para a Marinha e devem ser interceptadas e destruídas. Acabar com a mineração ilegal na Amazônia é o primeiro passo para os índios poderem voltar a viver em paz em suas terras.

Mário Barilá Filho

mariobarila@yahoo.com.br

São Paulo

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REQUINTE DE CRUELDADE

Se o vandalismo dos bolsonaristas no dia 8 de janeiro nos deixou estarrecidos, o que dizer do que vimos nas terras Yanomamis? Pessoas morrendo por falta de comida, de água potável, de assistência médica. Isso é assassinato com requintes de crueldade. E pensar que quase metade dos brasileiros votaram em Jair Bolsonaro.

Cecilia Centurion

ceciliacenturion.g@gmail.com

São Paulo

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NOVA MOEDA SUL-AMERICANA

O que leva o presidente Lula a afrontar os brasileiros e se aproximar do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro? Um regime reconhecidamente ditatorial que leva sua população ao sofrimento pela péssima qualidade de vida que levam. Será que para ele é um exemplo a seguir?esolvidos antes da criação da moeda sul-americana. Afinal, fortificar o real e mostrar ao mundo que não é uma nova moeda inesperada que irá colocar ordem na casa, é crucial. Na verdade, não deixa de ser “sur”preendente.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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APROXIMAÇÃO COM VENEZUELA

O que leva o presidente Lula a afrontar os brasileiros e se aproximar do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro? Um país com regime reconhecidamente ditatorial que leva sua população ao sofrimento pela péssima qualidade de vida que levam. Será que para ele é um exemplo a seguir?

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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NOVO COMANDO DO EXÉRCITO

Se é de direito e responsabilidade do presidente da República montar sua equipe de governo, por que esse barulho improdutivo quando Lula troca o comandante do Exército, indicando para esse posto o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva? É desperdício de tempo, já que os responsáveis pelos atos de terrorismo no dia 8 de janeiro em Brasília estão sendo investigados e presos. E se alguns membros das Forças Armadas também agiram como cúmplices dessa literal tentativa de golpe institucional por parte dos bolsonaristas, certamente, e é o que se espera, que também sejam punidos. Mas, neste momento, o mais importante é que Lula deixe de criticar, de forma demagoga e até irresponsável, o mercado, que já espera que Lula seja o principal fiador do equilíbrio fiscal, sem o qual continuaremos com PIBs medíocres, inflação e juros altos, prejudicando a tão necessária distribuição de renda e diminuição da pobreza.

Paulo Panossian

paulopanossian@hotmail.com

São Carlos

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DEFENSOR DO ESTADO DE DIREITO

Finalmente o Exército Brasileiro tem um novo comandante, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, defensor enfático das Forças Armadas como instituições de Estado e não de governos eventuais e passageiros. O povo brasileiro, após ouvir seu notável discurso defendendo o Estado Democrático de Direito, ainda como comandante militar do Sudeste, vai dormir tranquilo e em paz, sabendo que nosso valoroso Exército está nas mãos de um verdadeiro patriota e democrata.

Paulo Sergio Arisi

paulo.arisi@gmail.com

Porto Alegre

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O JUIZ-HERÓI

Eu sou mais o Sérgio Moro, que defende os brasileiros dos corruptos (políticos, empresários e lobistas) do que certos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que visivelmente defendem corruptos do Partido dos Trabalhadores (PT) e/ou bolsonaristas.

Elvio M. Lagazzi

elvio.babi@hotmail.com

São Paulo

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CPI DOS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Antes de decidir pela instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos, caberia, primeiro, dar o devido conhecimento ao público dos resultados práticos da CPI da Covid. O Brasil não pode mais desperdiçar recursos com eventos cujos efeitos não contribuem, efetivamente, para a melhoria do quadro social, notadamente, quanto o estado de polarização, desunião e incompreensões em que estamos mergulhados.

Patricia Porto da Silva

portodasilva@terra.com.br

Rio de Janeiro

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RELATIVIZAÇÃO DE CRIMES

Chega de titubear e relativizar crimes. Assim chegamos aos atos criminosos do 8 de janeiro em Brasília. É fundamental investigar e punir seus autores intelectuais, financiadores protetores e participantes -civis, políticos e principalmente militares- de qualquer patente. Esse é o único caminho para pacificar o País e garantir, de vez, o respeito à nossa Constituição.

Abel Pires Rodrigues

abel@knn.com.br

Rio de Janeiro

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SABESP NA MIRA

Em entrevista concedida ao Estadão, a secretária de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística de São Paulo, Natália Resende, deixou mais do que evidente que a intenção do governo Tarcísio de Freitas, de fato, é transferir a maior e mais rentável empresa pública de São Paulo ao setor privado. Embora eu seja um defensor das privatizações, entendo que empresas de caráter estratégico e, especialmente, as rentáveis, devem continuar sob o controle do Estado. Tarcísio, empossado governador há menos de 30 dias, parece estar decidido a privatizar uma companhia que rende alguns milhões ao Palácio dos Bandeirantes. O problema não está na venda das ações e, consequentemente, na entrega do poder decisório ao capital privado, mas no discurso fraco e ambíguo utilizado para defender a venda. Os argumentos apresentados pela secretária, por exemplo, não convencem ninguém. Para um político que se comprometeu a ter entre seus quadros pessoas técnicas e que iriam convencer, parece que a promessa ainda está longe de ser cumprida.

Willian Martins

martins.willian@yahoo.com.br

Guararema

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PRISÃO PREVENTIVA DE DANIEL ALVES

Causa espécie e indignação que um jogador de nível como Daniel Alves, a exemplo do craque Robinho, encerre a sua exitosa carreira atrás das grades de uma prisão de Barcelona, sob a acusação de ter cometido o abominável, execrável e hediondo crime de estupro. Homens incapazes de conquistar uma mulher, vitimizada à força, não devem ser chamados de homens, mas de animais. Esses covardes jogadores de futebol, com passagem pela seleção brasileira, merecem apodrecer na prisão e receber cartão vermelho da sociedade pelo golaço contra que marcaram. Vergonha.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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MAL NA FOTO

O Brasil nos últimos anos tem apresentado imagens nada positivas para o mundo. Na política, após quatro anos de um governo vergonhoso como o de Jair Bolsonaro, culminou com o episódio do atentado golpista em Brasília, do qual ainda acompanhamos os desdobramentos. A violência é cotidiana contra negros, gays, quem pensa diferente e adeptos de religiões de matriz africanas. Contra as mulheres, o feminicídio é crime recorrente. Estupros, espancamentos e cárcere privado estão nas páginas de jornais. Tem ainda a violência do crime organizado, das milícias e da polícia. Os crimes no trânsito só aumentam. Agora começam a aparecer crimes de celebridades do esporte, como o do ex-jogador Robinho e Daniel Alves, acusados e presos por estupro no exterior. O primeiro foi condenado a nove anos de reclusão por estupro coletivo na Itália, embora permaneça no Brasil e dificilmente seja extraditado, por não ser prática do País extraditar seus cidadãos. Daniel Alves está preso preventivamente na Espanha, acusado de agressão sexual a uma mulher. E há ainda o brasileiro George Santos, admirador do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que inventou currículo para se eleger deputado pelo partido republicano nos EUA. Lamentavelmente, estamos muito mal na foto.

Jane Araújo

janeandrade48@gmail.com

Brasília

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ESTATAIS À BEIRA DO ASSALTO

O título do editorial As estatais à beira do assalto (Estado, 23/1, A3) não poderia ser mais explícito, direto e, espero que não, premonitor. O Estado alerta: “notícias de Brasília dão conta de que o governo prepara um projeto de lei para flexibilizar a Lei das Estatais, abrindo espaço para a indicação de aliados aos conselhos de administração e a cargos nas diretorias e executivas. A lei estabelece quatro requisitos para os administradores das empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias: reputação ilibada, notório conhecimento, experiência profissional e formação acadêmica compatível com o cargo.” No Lula 1, tivemos o mensalão. Naquela época Lula se livrou do impeachment, salvo pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que achava que pegaria mal para o País um novo impeachment, tão próximo de Fernando Collor. Veio o Lula 2 e com ele o petrolão, o maior esquema de corrupção já visto. Lula foi para a cadeia, ficou lá quase dois anos, foi salvo pelo STF, que lhe devolveu os direitos políticos. Chegamos ao Lula 3, e, infelizmente, com menos de um mês, já podemos dizer que a sina de Lula e do PT é assaltar o País -só estou usando essa palavra, porque o Estado a usou primeiro. Nas últimas eleições vimos vozes se levantando contra o bolsonarismo e o petismo, agora precisamos de vozes a favor do Brasil para que um novo episódio contra o Estado Democrático de Direito não se repita. É isso mesmo que você leu: isso também é um assalto à democracia.

Luiz Gonzaga Tressoldi Saraiva

lgtsaraiva@gmail.com

Salvador

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SP, MEU LAR

Tenho 11 anos, e há 469 a capital do Estado de São Paulo foi fundada. São Paulo, minha cidade natal, me encanta. Me maravilho vendo todas aquelas pessoas caminhando em direção ao trabalho, ou em seus veículos levando seus filhos para a escola logo de manhã. Gosto do clima da cidade da garoa, acho acolhedor. A capital tem shoppings, museus, parques e ótimos restaurantes. Tem tudo, é uma cidade completa. Apesar disso, São Paulo tem muito trânsito, então é possível perder muitas horas indo de um lugar para outro. Isso acaba sendo um ponto negativo, já que impossibilita muitas pessoas de chegarem aonde querem. Mas, em geral, a cidade é ótima, aconchegante e moderna, e atende todos os meus desejos. Parabéns para minha cidade, meu lar.

Beatriz Farah

São Paulo