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Cartas de leitores selecionadas pelo jornal O Estado de S. Paulo

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Atualização:
9 min de leitura

Governo Lula

Ministro das Comunicações

Como é possível antes mesmo de completar o primeiro mês do governo Lula da Silva o Brasil já conhecer um ministro que usou o “orçamento secreto” para beneficiar a própria fazenda no Maranhão (Estado, 30/1, A6)? Nesse ritmo, de quantos mais será que ficaremos sabendo até o final do mandato de Lula?

Tomomasa Yano

tyanosan@gmail.com

Campinas

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Politização do crime

O caso do ministro Juscelino Filho, de ter usado verbas públicas em benefício próprio, é tão corriqueiro que me surpreendo em ver que virou notícia. É preciso acabar com a politização do crime, em que a atuação política serve para encobrir ou até mesmo praticar atos ilegais, ou, como no caso citado, puro patrimonialismo. E é preciso jogar na lata de lixo a expressão marqueteira “criminalização da política”, que inverte a realidade num cínico lamento para fins escusos.

Arnaldo Mandel

amandel@gmail.com

São Paulo

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Câmara dos Deputados

Os 512 restantes

O comportamento perdulário de Arthur Lira com as verbas da Câmara já era esperado. Afinal o dinheiro não sai do bolso dele, e sim do Orçamento formado com os impostos que pagamos com o suor de nosso trabalho. Nessa situação, é espantoso constatar a silente concordância da quase totalidade dos restantes 512 deputados. Líderes partidários e legisladores que estão sempre gritando por moralidade, regularmente acionando o STF contra atos ditos imorais, guardam um acintoso silêncio quando são premiados com tais benesses. Na burla do sorteio pela distribuição de gabinetes, tiveram até que enfrentar a honestidade funcional de uma servidora da Casa, Simone Sarkis, que se demitiu da função de diretora do Departamento de Apoio Parlamentar por discordar da trama urdida pela atual gestão. Que humilhação! Não para eles, e sim para nós, que continuamos a eleger e manter esses caracteres multifacetados como nossos representantes.

Honyldo Roberto Pereira Pinto

honyldo@gmail.com

Ribeirão Preto

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Forças Armadas

Espada de Dâmocles

No que pese alguns momentos e fatos marcantes em que houve O respeito dos militares pela democracia (29/1, A3), a História pontua, desde o Império, inúmeras vezes em que as Forças Armadas subverteram a ordem, impuseram golpes de Estado e fizeram valer seu lado mais sórdido e sombrio. A tensão continuará enquanto não forem reafirmadas suas constitucionais funções de instituição a serviço do Estado brasileiro – e não o contrário –, reavaliação dos crimes praticados por militares desde o golpe de 1964 e um novo enquadramento da política de soldos e benesses. O momentâneo apaziguamento e diminuição da possibilidade de golpe não podem ser motivos para esquecer dessa espada de Dâmocles que paira sobre nós.

Adilson Roberto Gonçalves

prodomoarg@gmail.com

Campinas

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Povos originários

‘Matar, nunca’

Quando o marechal Cândido Rondon partiu para o sertão brasileiro para abrir caminho às linhas de telégrafos, acompanhado do ex-presidente do EUA Theodore Roosevelt, já sabia que iria encontrar povos indígenas e adotou o lema: “Morrer, se preciso for; matar, nunca”. No governo passado, com a tolerância de garimpeiros e pescadores ilegais com objetivos criminosos, creio que o lema adotado foi o inverso.

Carlos Gonçalves de Faria

marshalfaria@gmail.com

São Paulo

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Projeção

Fico estarrecida ao ver a superficialidade com que nossos governantes lidam com os nossos problemas, como no caso de reservas indígenas, garimpo ilegal e tráfico na região. Projetar a culpa no governo anterior alivia a responsabilidade do real e sério problema que o País tem. Um problema que não se criou do dia para a noite deve ser seriamente assumido. Nossos homens públicos culpam sempre o outro, e não assumem a responsabilidade perante os desafios que devemos enfrentar. Essa irresponsabilidade subjetiva nos leva sempre para trás. Está na hora de assumirem os graves problemas do País e não pensarem só em si mesmos.

Christiana Pires da Costa

chripc@uol.com.br

São Paulo

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Cartas selecionadas para o Fórum dos Leitores do portal estadao.com.br

PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Tem toda razão Chico Alencar (PSOL-RJ), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, ao dizer que o presidente Lula da Silva pagará caro por apoiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL). Não é possível que tenhamos de ficar reféns do parlamentar e seu grupo que não têm nenhum escrúpulo para conduzir as votações no Congresso com base em seus interesses nada republicanos. Nos livramos de Jair Bolsonaro sob um custo alto, mas os bolsonaristas que chegam agora ao Parlamento não vão dar trégua para minar ainda mais a nossa já frágil democracia. É necessário o pulso forte dos parlamentares que se preocupam seriamente com os rumos do País para frear os ímpetos dessa gente.

Jane Araújo

janeandrade48@gmail.com

Brasília

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ELEIÇÃO DA CÂMARA E CONGRESSO

Não tenho bola de cristal. Analiso, não torço. Anotem para cobrar depois: Rodrigo Pacheco (PSD-MG) será reeleito sem dificuldades, nesta quarta-feira, 1 de fevereiro, presidente do Senado e do Congresso Nacional. A consagradora vitória de Pacheco, que não conheço de vista nem de chapéu, diria Machado de Assis, significará a primeira vitória de Lula contra Bolsonaro, no âmbito do Legislativo, depois das eleições presidenciais. Opositores de Pacheco armaram tremendo escarcéu nas redes sociais. Parecendo mais acampamentos desesperados de boca de urna. Jogo pesado, com torpezas e fake news. Serão pisoteados pelo bom senso. O senador reeleito, Romário (PL-RJ), tem frase lapidar, perplexo, diante de político recém-chegado, ávido por cargo: “Entrou agora no ônibus e já quer sentar na janela”.

Vicente Limongi Netto

limonginetto@hotmail.com

Brasília

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DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

O presidente Lula recusou a indicação para seu governo de pessoas que postaram, no passado, mensagens de apoio à Lava Jato. Foi assim com Edmar Moreira Camata, que deveria ocupar o cargo de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e com a pediatra Ana Goretti Kalume Maranhão, inicialmente indicada para o Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde. Embora questionável e revanchista, a atitude é até compreensível. Entretanto, Lula não só empossou, como ainda mantém no cargo, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, cujo histórico com milicianos de Belfort Roxo indiscutivelmente inviabilizam sua permanência no governo. Agora, para piorar, o Estado noticia que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, enquanto deputado federal, aferiu benefícios pessoais e familiares por conta de emendas de relator do orçamento secreto, incluindo a pavimentação de estradas que atendem propriedades dele e de sua família. O governo completa 30 dias enfrentando grave ameaça à democracia. É preciso que passe confiança à população, a começar por coerência nas atitudes, seriedade e ética.

Luciano Harary

lharary@hotmail.com

São Paulo

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JUSCELINO FILHO

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, que libera ou não a indicação para um cargo no governo, desde ministros até bedel, parece que não fez uma boa pesquisa sobre o ministro Juscelino Filho. Será que a internet estava fora e não deu para verificar no Google?

Vital Romaneli Penha

vitalromaneli@gmail.com

Jacareí

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ESPÍRITO REVANCHISTA

Parece que o presidente Lula está querendo ou está se deixando levar por espírito revanchista de alguns petistas. Deveria procurar governar, mas parece que está no tal “caça às bruxas”. Chamar o ex-presidente Michel Temer de golpista? Ele só assumiu porque a incompetente Dilma Rousseff sofreu impedimento, em processo legal. Ela até saiu no lucro, com o presente de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que rasgou a Constituição para deixá-la elegível.

Éllis A. Oliveira

elliscnh@hotmail.com

Cunha

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UNIÃO MONETÁRIA

O problema é que o novo governo brasileiro acha que ajudar os povos vizinhos é a chave para assegurar, por algum período, sua relevância enquanto líder regional. A Argentina, por razões muito conhecidas, tornou-se uma economia combalida, cujas chances de honrar seus compromissos é próxima de zero. O Brasil, enquanto maior economia do continente, pode, sim, auxiliar seus vizinhos, desde que isso não resulte em aumento do seu endividamento ou colapso econômico.

Willian Martins

martins.willian@yahoo.com.br

Guararema

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PRIMEIRO MÊS DO GOVERNO

Muito mais que a observação do primeiro mês do governo Lula, é o que neste tempo se descobriu do legado trágico do ex-presidente Bolsonaro. Lastimável.

Luiz Frid

fridluiz@gmail.com

São Paulo

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INSTRUÇÃO X EDUCAÇÃO

Eu creio que o presidente Lula faria um benefício de longo prazo para o país com uma providência simples e fácil: trocar o nome do Ministério da Educação para Ministério da Instrução. Há muito tempo ocorre uma confusão com a função das escolas em todos os níveis. A escola deve dar instrução às crianças, adolescentes e adultos; os professores não devem educar os alunos porque este é o trabalho dos pais. Os profissionais devem instruir, dar informações sobre as matérias fundamentais para os futuros cidadãos se defenderem dos percalços da vida. A confusão sobre o entendimento da palavra educação gerou o que hoje se constata nas escolas: as agressões físicas e verbais que os alunos fazem aos mestres. Algumas palmadas bem dadas e oportunas são necessárias para que as futuras gerações tomem o rumo certo.

Mário Negrão Borgonovi

marionegrao.borgonovi@gmail.com

Petrópolis (RJ)

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FIM DO CONSÓRCIO DE IMPRENSA

Saudações a todos os profissionais envolvidos no consórcio de veículos de imprensa, que acaba de ser desativado após 965 longos dias de trabalho árduo de investigação, apuração e divulgação de dados sobre a pandemia de covid-19 durante o trevoso mandato do negacionista e genocida desgoverno Bolsonaro. O Brasil só pôde tomar conhecimento de fato das cerca de 700 mil mortes e mais de 36 milhões de afetados pela covid graças ao hercúleo esforço desses abnegados profissionais. Sem o valioso e fundamental trabalho dessas pessoas, o País teria atravessado a gravíssima crise sanitária na completa escuridão, vez que o sofrível desgoverno bolsonarista proibiu criminosa e irresponsavelmente a divulgação de notícias sobre a pandemia. Grato, consórcio de imprensa.

J. S. Decol

decoljs@gmail.com

São Paulo

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GOLPISTAS DE PLANTÃO

O editorial Golpistas para todos os lados (Estado, 29/1, A3) revela aos brasileiros a extensão golpista no Brasil. Ora, com a maior “cara de pau”, o chefão do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a minuta do decreto golpista, “existia na casa de todo mundo” - certamente se referia aos bolsonaristas golpistas de plantão, pois na casa dos brasileiros de bem não havia essa minuta de golpe de Estado. Na verdade, de Valdemar Costa Neto - condenado no mensalão pelo STF - nada se deve esperar. Afinal, abraçou e apoiou o “medíocre palerma”, como já disse sobre Jair Bolsonaro. De outro lado, não é o que pensa o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que além de estar preso e abandonado pela “dupla”, já deu indícios de que pretende delatar o “condenado” e seu “comparsa genocida”. Com a palavra, o STF, para as providências deste caso estarrecedor.

Júlio Roberto Ayres Brisola

jrobrisola@uol.com.br

São Paulo

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PREVENÇÃO DE DESASTRES

O procurador federal Diego Pereira foi brilhante em seu artigo Chuvas de verão e as ciências dos desastres (Estado, 29/1, A5) ao mostrar que no Brasil os eventos climáticos extremos não são tratados racionalmente. Afinal, a prevenção de eventos extremos exige a prática do binômio gerenciamento de risco e resiliência. Na verdade, está faltando muita engenharia nesse tema em nosso meio.

José Elias Laier

joseeliaslaier@gmail.com

São Carlos

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EM DEFESA DA DEMOCRACIA

A leitura do editorial Antes tarde do que nunca (Estado, 28/1, A3) me deixou com pulgas atrás da orelha. Por mais generoso e tolerante que eu tente ser, tenho dúvidas e suspeitas em relação a esta expressão. “O País precisa de um Ministério Público atuante e impessoal, que cumpra suas funções institucionais” desde a primeira hora, sem procrastinação nem prevaricação em momento algum. Cada vez mais me convenço de que os atos e as omissões cometidas pelas diversas instituições nacionais – como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e sua “incrível cegueira até o dia 8 de janeiro” neste caso – decorrem da falta de clareza na distinção entre as funções de Estado e as funções de governo. Sem uma reforma política que estabeleça com clareza essa distinção e os limites de cada um, continuaremos assistindo ao inchaço da máquina pública, ao perpetuamento dos penduricalhos, ao aparelhamento político-partidário e ideológico empreendido pelos sucessivos governos e seus cabides de emprego, abusos nos cartões corporativos e outros atos delinquentes como os da “tentativa de abolição” do Estado Democrático de Direito, em 8 de janeiro. Um projeto de Estado democrático já. Um projeto de País já, seguido por programas de governo, em todas as instâncias federativas. Agora, sempre.

João Pedro da Fonseca

fonsecaj@usp.br

São Paulo

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ACIDENTES DE MOTO

Excelente a carta do sr. Marcos Nogueira Destro (Fórum dos Leitores, 27/1). Adiciono que agora temos a Faixa Azul na avenida Bandeirantes, onde mais da metade do que chamo de motoqueiros e não motociclistas, não a utilizam e ficam circulando pelas faixas dos carros na forma que o sr. Marcos escreveu, principalmente sem ligar a seta, obrigatória para motos também, isso tudo acima da velocidade permitida para o local.

João Antonio Buzzo

joaobuzzo2030@gmail.com

São Paulo

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PAÍS MEDIANO

O Brasil se tornou um país mediano por nossas escolhas infelizes. Parabéns Luiz Felipe D’Avila pelo artigo O redimir de uma geração (Estado, 25/1, A6). Para sermos o que buscamos, precisamos nos reformular como cidadãos honestos que participam da vida pública. E o único caminho é cada um fazer sua parte. Jamais esperar migalhas do Estado grande, e sim, ajudar a diminuí-lo. Quanto menor o setor público, melhor viveremos.

Claudio Hebling

chebling@yahoo.com.br

São Paulo

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MARECHAL RONDON

Horrorizado com as ações e omissões do governo federal anterior e das Forças Armadas no brutal tratamento proporcionado aos Yanomamis e demais etnias indígenas em território brasileiro, certamente o falecido indigenista marechal Cândido Rondon pediria o imediato e definitivo cancelamento do título de patrono do Exército, homenagem que, em passado distante, foi uma merecida honraria.

Frederico Fontoura Leinz

fredy1943@gmail.com

São Paulo