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Paladar testou

Qual é a melhor barra de chocolate branco?

‘Paladar’ testou às cegas 12 amostras para avaliá-las quanto à aparência, aroma, textura e sabor; confira o ranking

SÃO PAULO 23/08/2023 PALADAR CHOCOLATE BRANCO VARIOS- barras de chocolate branco, em diferentes cores e tamanhos. para edicão do caderno Paladar FOTO ALEX SILVA/ESTADAO. Foto: ALEX SILVA/ESTADAOFoto: ALEX SILVA/ESTADAO

Agora que não restam dúvidas de que chocolate branco é, sim, chocolate, nada mais justo do que a gente se redimir com uma espécie de reparação histórica: organizar um grande teste, nos moldes do Paladar - coisa que os fãs do estilo sempre pediram, mas nós, por puro preconceito, nos recusávamos a fazer.

Para organizar a degustação às cegas, garimpamos barras de chocolate branco em mercados, lojas especializadas e fábricas de chocolate bean to bar. Escolhemos 12 amostras, todas de chocolate branco puro, sem adições como frutas, castanhas, flocos de arroz. A receita poderia abarcar, no máximo, uma baunilhazinha para aromatizar, já que as opções industrializadas usam e abusam do tal do aroma artificial.

Júri convidado pelo 'Paladar' degustou 12 barras de chocolate branco para descobrir qual é a melhor Foto: DANIEL TEIXEIRA

A prova ocorreu no quintal do Preto Cozinha, em Pinheiros, na tarde da última segunda-feira. O júri, escolhido a dedo, foi formado pelo chocolatier Caio Corrêa, pelo jornalista Diego Ortiz, pela sommelière Lena Mattar, pela chef do AE Cozinha, Walkyria Fagundes, e por Rhaiza Zanetti, que é sous chef do Tuju.

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As barras foram avaliadas quanto ao aspecto visual, ao aroma, à textura e ao sabor. E o resultado é categórico: menos é mais. Quanto menos aromatizantes artificiais, gorduras vegetais (que não a própria manteiga de cacau) e emulsificantes, melhor. Chocolates feitos apenas com açúcar, leite em pó e manteiga de cacau deixaram seus pares cheios de aditivos (cá entre nós, desnecessários) para trás.

O uso de gorduras vegetais alternativas dá-se para baratear o produto. “A manteiga de cacau é um ingrediente nobre e caro”, ressalta Zelia Frangioni, degustadora certificada de chocolates e autora do Chocólatras Online. Segundo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o chocolate branco “deve ser constituído de, no mínimo, 20% de sólidos totais de manteiga de cacau” - o que é muito pouco. Marcas de chocolate bean to bar usam de 35 a 40% de manteiga de cacau (de qualidade) em suas receitas.

Por não ser desodorizada (como é a versão utilizada na grande indústria), a manteiga de cacau natural empresta ao chocolate os sabores e aromas do cacau - tornando desnecessária a adição de aromatizantes na receita. “Como nós nos acostumamos a consumir chocolates com aromatizantes, é normal estranhar um chocolate sem isso. Mas esse é o chocolate verdadeiro. Então, depois de um tempo, a gente se acostuma e não quer voltar para o artificial”, pondera Zelia.

As melhores barras de chocolate branco

  1. Luisa Abram
  2. Mestiço
  3. Danke

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As 12 marcas avaliadas em ordem alfabética

Cacau Show - LaCreme Branco

O aroma artificial de baunilha e a gordura persistente na boca deram pistas aos jurados de que se tratava de uma amostra industrializada. Mesmo assim, eles gostaram do que provaram. “Comparada aos seus pares, é um produto bom”, concordaram os jurados (R$ 15,90; 100g)

Casa Lasevicius - Fava de Baunilha

Foi por muito pouco que a amostra não conquistou um lugar no pódio. Ela agradou quanto à textura - macia, cremosa e com bom derretimento -, ao aroma de cacau e à doçura equilibrada. Só perdeu pontos pelo sabor excessivo de baunilha que, apesar de ser de boa qualidade, tornou a barra um tanto enjoativa (R$ 16; 40g)

Danke - Branco puro

O sabor equilibrado, com notas de leite e de manteiga de cacau e açúcar na medida, rendeu à amostra o terceiro lugar no pódio. Os jurados também elogiaram o bom derretimento na boca. “Dá para ver que se trata de um chocolate menos industrializado”, arriscou um jurado (R$ 16,90; 90g)

Garoto

O chocolate apresentou defeitos como textura arenosa e baixo derretimento em boca. Tem aroma artificial típico das amostras industrializadas, assim como um excesso de gordura que persiste na boca. Um retrogosto amargo, como destacaram alguns jurados, fez a amostra cair muitas posições no ranking (R$ 7,31; 80g)

Hershey’s

O excesso de açúcar da receita apareceu até na textura do chocolate, cheia de cristais. Apesar do bom derretimento em boca, a amostra perdeu ainda mais pontos pelo sabor, “muito artificial”, e pelo residual de gordura (R$ 5,41; 82g)

Kopenhagen - Tablete Branco

Apesar da textura áspera e do aroma artificial, é um chocolate que certamente tem o seu público. O sabor é de leite em pó (aquele mais famoso, sabe?!), concordaram os jurados (R$ 27,90;100g)

Lacta - Laka

Cadê a manteiga de cacau? Cadê o leite? Segundo o júri, o chocolate apresentou aroma e sabor muito artificiais, além da doçura em excesso. “Não tem gosto de nada, só de açúcar”, resumiu um dos jurados (R$ 7,21; 80g)

Luisa Abram - Branco Extra Cremoso

O chocolate faz mesmo jus ao nome: “muuuito cremoso”, elogiaram os jurados com unanimidade. A textura é macia, com bom derretimento. Enquanto no nariz, sobressai o ótimo aroma de cacau, na boca, quem manda são as notas lácteas, além do açúcar na medida certa (R$ 25,50; 80g)

Manah - Branco 35% cacau

O chocolate, que os jurados perceberam como “artesanal”, tinha muito potencial. Textura macia e cremosa, com bom derretimento, aroma de cacau e açúcar equilibrado. Só deslizou no sabor, que se resume à manteiga de cacau, além de deixar um retrogosto levemente amargo. (R$ 18; 42g)

Mestiço - Branco 35% cacau

O produto surpreende antes de chegar à boca, com o aroma intenso (e gostoso) de cacau. Tem sabor suave de manteiga de cacau e leite, é doce na medida e apresenta bom derretimento, sem deixar um residual de gordura na boca. “É fácil perceber que se trata de um produto de qualidade” (R$ 22; 60g)

Milka

“Muito artificial, muito gorduroso, muito doce, muito ruim”, resumiu um dos jurados. A barra apresentou defeitos que eram esperados nas opções industrializadas, mas o sabor, “estranho”, que não era de leite nem de cacau, desagradou ao júri e tirou qualquer chance do chocolate passar na média. (R$ 15,90; 100g)

Nestlé - Galak

“Sem graça”, definiram os jurados. Além da cor pálida, os jurados reclamaram da falta de sabor do chocolate e do excesso de açúcar. A textura arenosa fez a amostra perder ainda mais pontos e despencar no ranking (R$ 7,31; 80g)

Conheça o júri

Caio Corrêa

Chef pâtissier e chocolatier, em 2014, foi campeão na degustação de ovos de Páscoa do Paladar com o seu ovo crocante. Como professor de confeitaria, deu expediente na Le Cordon Bleu e na Chocolate Academy. Hoje, atua como consultor em sua área.

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Diego Ortiz

Jornalista e sneakerhead, declarou-se um grande conhecedor das marcas de chocolate branco disponíveis no mercado. Na degustação, mostrou ao que veio quando cravou: “esse é o Laka, tenho certeza”. Acertou em cheio.

Os jurados Diego Ortiz, Walkyria Fagundes, Rhaiza Zanetti, Caio Corrêa e Lena Mattar. Foto: DANIEL TEIXEIRA

Lena Mattar

Comunicadora gastronômica, sommelière e autora da newsletter de receitas que leva seu nome, gosta mais de chocolate branco do que das versões mais escuras. “Quando quero comer chocolate, vou de branco.”

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Rhaiza Zanetti

Sous chef do restaurante Tuju - que, aliás, está prestes a reabrir as portas -, já adoçou a vida de muita gente com seus bombons refinados.

Walkyria Fagundes

Chef do AE Cozinha, é ela quem assina as sobremesas caprichadas do restaurante. No teste, conta que se surpreendeu com a variedade de amostras brancas disponíveis. “É um mundo vasto de possibilidades.”

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