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Opinião|Um banco que financia transformações sociais

Banco Pérola é uma associação de crédito feita sob medida para as necessidades do empreendedor e dos parceiros

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Atualização:

A erradicação da pobreza, em todas as suas formas e em todos os lugares, está no cerne do primeiro desafio proposto pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) à humanidade. Esta temática da Agenda 2030 é, na minha percepção, um marco civilizatório - especialmente em um momento crítico em que a pobreza tem avançado no mundo, abalando a integridade de milhões de pessoas.

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Ao mesmo tempo, ela tem agravado a desigualdade social, impedindo o acesso aos serviços mais básicos para as pessoas. Prejudicar o crescimento econômico e cercear a oportunidade de pleno desenvolvimento de cidadãos e cidadãs do planeta são apenas algumas das facetas de uma condição que precisa ser enfrentada pela sociedade como um todo.

A pobreza abala não somente a harmonia social como alimenta uma condição caracterizada por desemprego, exclusão social e acréscimo no número de pessoas em alta vulnerabilidade social e econômica. A falta de acesso a condições básicas de vida fomenta discriminação e aumenta crises, favorecendo todos os tipos de conflito.

Nesta primeira coluna da série Negócios de Impacto & ODS - na qual espero destacar o trabalho de brasileiros e brasileiras que desenvolveram soluções alinhadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) -, trago uma história sobre a criação de oportunidades para que pessoas possam gerar renda digna via empreendedorismo. Esse é um dos caminhos trilhados por uma empreendedora que encontrou uma forma de combater a escassez de crédito para nano, micro e pequenos negócios.

Fundado há mais de uma década por Alessandra França - filha de agricultores paranaenses, que se tornou um das empreendedoras sociais mais inspiradoras do Brasil -, o Banco Pérola é uma associação de crédito feita sob medida para as necessidades do empreendedor e dos parceiros. Ao longo da atuação, os valores emprestados ultrapassam a cifra de R$ 100 milhões (juntando todos os projetos que o Pérola conduziu como operador ou como agente de cobrança). E isso só foi possível pela operação em parceria com fundos de investimentos.

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Alessandra França, fundadora do Banco Pérola. Foto: AlineSantos/Artemisia

O acesso a crédito com qualidade é o foco de atuação da empreendedora. Um dos diferenciais do negócio é operar, desde 2014, por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, o que garante parceiros investidores e parceiros operadores de crédito. Alessandra trabalha com o chamado microcrédito produtivo orientado - da maneira mais democrática e acessível possível -, que auxilia o empreendedor a usar, da melhor forma possível, o dinheiro recebido.

Com isso, o Banco Pérola registra taxa de inadimplência abaixo do mercado para o público atendido. Com a aprovação de um fundo de investimento na Comissão de Valores Imobiliários (CVM), há quase uma década, o banco atua com uma plataforma de microfinanças.

Alessandra comenta que tão importante quanto o lucro é o propósito do Pérola de apoiar o empreender brasileiro, uma força fundamental para o crescimento da economia nacional. Ela diz que, com essa missão muito clara, nunca o banco vai empurrar um valor maior do que o empreendedor realmente precisa, cobrar taxas injustas ou sugerir um prazo inadequado ao cliente.

Na prática, o negócio opera com um processo totalmente seguro; transparência absoluta (sem letra miúda); processo totalmente online; e orientação ao empreendedor conduzida por uma equipe que atende o cliente de maneira personalizada e respeitosa, considerando a história e os sonhos de cada indivíduo que solicita o crédito.

Para se ter uma dimensão do impacto social ampliado do Banco Pérola, um dos produtos está focado em conceder empréstimo, em condições especiais, para pessoas refugiadas e migrantes que atuam como micro e pequenos empreendedores no Brasil - com ou sem formalização. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR ACNUR).

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Em tempos em que a crise migratória constitui um sério problema social e desafio humanitário, a iniciativa do Banco Pérola e de seu parceiro ilustra o potencial dos negócios de impacto em endereçar soluções possíveis para cada um dos 17 ODS. Aliás, acredito firmemente na conexão do ecossistema de impacto social e ambiental com a missão de ser agente de ação para o crescimento econômico sustentável, a inclusão social e a proteção ao meio ambiente. 

Opinião por Maure Pessanha
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