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Ilusionistas começaram com projetos para empresas e hoje faturam R$ 30 milhões com turnê de mágica

Os brasileiros Heny & Klauss acumulam recordes mundiais com truques de mágica e usam realidade aumentada em shows, que contam com helicóptero, levitação e fuga de objetos apertados

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Foto do author Adele Robichez
Por Adele Robichez
Atualização:

Uma dupla de Belo Horizonte (MG) conquistou sucesso internacional em seu negócio, usando tecnologia para realizar truques de mágica. Henry Vargas e Klauss Durães, ambos com 32 anos, começaram em 2009 oferecendo projetos corporativos e, há cerca de seis anos, passaram a realizar shows de ilusionismo no Brasil e em outros países. Aos 26 anos, conquistaram o seu primeiro R$ 1 milhão, chegando a R$ 30 milhões de faturamento em 2023.

Apaixonados por mágica desde crianças – Klauss começou aos oito anos e Henry, aos seis –, eles se conheceram em um clube de mágicos em Belo Horizonte, aos 14 anos. Quando completaram 17 anos, resolveram abrir uma empresa juntos: a Henry & Klauss.

Abertura do "Illusion show", apresentado por Henry e Klauss Foto: Reprodução/@igordoo

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Eles lançaram o “marketing mágico” em 2009 como ferramenta de comunicação para empresas, usando truques de ilusionismo em eventos corporativos ou para anúncios.

“Com a Unimed, por exemplo, fizemos uma campanha para mostrar que o cartão da empresa poderia ser adquirido por R$ 2, então a gente fazia uma nota de R$ 2 virar um cartão do plano”, explica Vargas.

A empresa de mágica se manteve voltada apenas para o ambiente corporativo até 2017, quando passou a oferecer shows artísticos.

“Nos tornamos uma empresa de gestão artística tanto dos shows quanto dos projetos”, afirma o empresário. A turnê “Illusion Show” está com agenda lotada para 2024, com 60 mil ingressos comprados.

Helicóptero e levitação: mágicos usam realidade aumentada nos shows

Nos espetáculos, há uma aparição de helicóptero, um número que recria uma levitação pelo palco inteiro feita pelo renomado mágico e ilusionista americano David Copperfield na Broadway, e outro onde os mágicos conseguem escapar de um barril fechado – truque que viralizou mundialmente após ser apresentado no programa dos Estados Unidos “America’s Got Talent”, em 2022.

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De acordo com Henry, o principal diferencial da dupla foi trazer tecnologia para a mágica, o que começaram a chamar de “novo ilusionismo”.

“Nós trazemos diversas interações de realidade aumentada, utilizando uma linguagem muito moderna. Se as pessoas esperam encontrar no nosso show truques com pombos e coelhos na cartola e mulheres serradas ao meio, não temos nada disso”, esclarece.

Mágicos usam realidade aumentada em apresentações Foto: Reprodução/@igordoo

Henry & Klauss também contam com aparições no Fantástico e um quadro sem periodicidade definida, o “Destinos Mágicos”, no Domingão com Hulk, programas da TV Globo.

No quadro, a dupla roda o Brasil e, em cada cidade, faz uma visita com elementos da cultura local. “Por meio desses elementos, descobrimos a mágica dos lugares”, diz Henry.

Eles já fizeram, por exemplo, uma fuga em cima de 1.500 jacarés no Pantanal; escaparam da Maria Fumaça em alta velocidade, em Tiradentes; “teletransportaram” diversas pessoas da cidade alta para a cidade baixa, em Salvador, transformando o Elevador Lacerda em “Teletransportador Lacerda”.

Nos show da turnê, as apresentações têm “uma espinha dorsal”, ou seja, um conjunto de números e truques fixos.

Mas os mágicos também tentam trazer elementos do humor e da história local para se conectar com o público de cada lugar.

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Eles já passaram por diversas cidades do Brasil, além de outros 20 países.

Henry & Klauss se apresentaram em programa americano "America's got Talent" em 2022 Foto: Reprodução/@igordoo

Ilusionistas querem ampliar turnê

Para Henry, a mágica não tem nicho. “Nos nossos shows, tem gente de 3 a 80 anos. A mágica é uma linguagem universal, é para crianças e adultos”, afirma.

O ticket médio da apresentação é de R$ 150 para o público geral. Apresentações em empresas custam em média R$ 130 mil.

Henry & Klauss têm hoje 30 funcionários fixos, mas os shows rodam com 75 pessoas em média, entre freelancers e pessoas contratadas localmente.

Uma vez por ano, a dupla também oferece aulas de mágica online. O curso de 2024 ainda está sendo montado.

Os mágicos também vendem produtos como camisas, canecas e kit de mágica com baralhos, sistema de levitação, números clássicos da marca e um QR Code com videoaulas – este custa R$ 199.

Ilusionistas bateram recorde de levitação na avenida Paulista Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

“O artista é uma plataforma de negócios, não se vive só do show. Podemos encantar o público e tê-lo como cliente de outros produtos”, afirma Henry.

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No ano passado, Henry e Klauss saíram vencedores da 34ª edição do Mandrake d’Or, o “Oscar da Mágica”, na França, que premia os melhores mágicos do mundo.

Em 2019, dizem que bateram o recorde mundial de levitação em meio à avenida Paulista, ficando 4h22 suspensos no ar.

No ano passado, os brasileiros alcançaram um segundo recorde, entrando para o Guinness Book: eles conseguiram escapar de uma camisa de força em 38,7 segundos, antes que um carro em alta velocidade atingisse a caixa onde estavam.

Os mágicos pretendem internacionalizar a turnê de shows, que roda apenas o Brasil atualmente, até 2025. “O nosso próximo passo é uma turnê maior, com show full na Europa, nos Estados Unido. Estamos nos preparando para isso”, diz Henry.

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